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Giovani Allievi - O Destino de Bilhões

24/4/2009

O deputado federal Albano Franco (PSDB) é um daqueles homens públicos que pensa globalmente e não apenas localmente. Ontem ele deu mais uma demonstração dessa rara virtude encontrada na classe política ao expressar sua dúvida quanto ao destino que o governo federal vai dar aos R$ 25 bilhões obtidos com a redução do superávit fiscal de 3,8% para 2,5% do PIB. Em pronunciamento na tribuna da Câmara Federal, o parlamentar sergipano defendeu a aplicação desses recursos financeiros na construção de obras de infra-estrutura no país.
   
Temeroso de que o governo federal venha a destinar o dinheiro para “inchar” ainda mais a máquina estatal, Albano Franco disse em alto e bom som que, caso isso aconteça, o governo do presidente Lula da Silva vai mostrar mais uma vez sua face populista e deixar uma herança maldita para o próximo presidente da República, além de sacrificar a população com outro ajuste fiscal que será necessário ser feito e que certamente resultará em mais elevação da carga tributária.
  
A preocupação de Albano Franco quanto à destinação dos R$ 25 bilhões é baseada nas estatísticas sobre os gastos do governo federal nos últimos anos. Citando como fonte o levantamento da Consultoria Mosaico, publicado na Folha de São Paulo, o deputado federal salientou que entre abril de 2006 e abril de 2009, os gastos do governo Lula com obras de infra-estrutura aumentaram R$ 14,7 bilhões, enquanto que as despesas com pessoal subiram R$ 40 bilhões e as de custeio, 26,75 bilhões. Quem será capaz de afirmar que a preocupação de Albano Franco não tem fundamento?

Novo conselheiro
                          
Se as vias foram tortuosas, pelo menos o fim do caminho se revelou alvissareiro: o advogado Clóvis Barbosa já pode ser considerado o novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Capacitado e qualificado, ele ostenta uma trajetória de vida emoldurada pela seriedade e honradez que o credencia a exercer a função com competência. No frigir dos ovos, chega-se à conclusão de que o governador Marcelo Déda tinha suas razões para defender com veemência a indicação de Clóvis Barbosa para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.    

Manifestações de “aperreados”

Sinais claros de que o resultado de uma recente pesquisa eleitoral para governador do estado provocou inquietação e desconforto nos petistas e seus aliados de ocasião podem ser detectados em programas matutinos de rádio. O bordão “a culpa é do governo anterior” voltou a pronunciado enfaticamente por parlamentares governistas e pelos manjados “ratos de rádio” avermelhados. Não é preciso ter bola de cristal para profetizar que até a realização das eleições de 2010 essa ladainha será uma espécie de prece a ser repetida à exaustão por aqueles que não querem largar o filé mignon ou perder sua fatia de queijo.

Inveja e despeito

Chega a ser impressionante a descomunal “dor de cotovelo” demonstrada por adversários e ex-aliados do senador Almeida Lima (PMDB) com a sua investidura na presidência da Comissão Mista do Orçamento. Apesar do tom jocoso com que eles se expressam, ninguém deixa de ver nas entrelinhas dessas manifestações o sentimento de puro despeito e uma indisfarçável inveja. Almeida Lima, que já vinha, ao longo dos últimos seis anos, “pagando caro” por ter sido eleito senador, está agora “pagando mais caro ainda” por ser presidente da comissão mais importante do Congresso Nacional.

Soltando o verbo                         

“A minha sorte é que nem meus adversários batendo tambor, me tiram do sério”.

Governador Marcelo Déda (PT), tranqüilizando aqueles que acham que ele tem andado nervoso e preocupado nos últimos dias.

Para reflexão:

“Nada melhor do que um lugar comum. Torna todo mundo bem aparentado”. (Oscar Wilde)