Considerada o patinho feio da orla de Atalaia, a orlinha da Coroa do Meio não tem data para
deixar de merecer esse título dado por donos de bares e frequentadores assíduos do lugar. O projeto de revitalização, anunciado há mais de quatro anos, não saiu do papel e o local sinaliza abandono, com construções depredadas, lixo e quiosques e bares sem nenhuma padronização. Segundo a Secretaria de Planejamento do município, é preciso aguardar dois anos para ver o comportamento das águas nesse período. O canal é muito instável e qualquer projeto realizado sem esse estudo e respeitando esse período corre o risco de ir literalmente por água abaixo.
“Continuamos na mesma, sem uma resposta do governo, que continua dizendo que o projeto existe, mas fazer que é bom, nada. Não sei qual é o problema do governador ou do prefeito, que faz Aruana, faz Atalaia e aqui, nada. Aqui está um completo abandono”, desabafou o presidente da Associação dos Donos de Bares da Coroa do Meio, Paulo Queiroz.
Funcionam na orlinha da Coroa do Meio 18 bares, “aos trancos e barrancos”, destacou Queiroz. Até o ano passado eram 22, mas a maré alta derrubou quatro e só restaram os 18. Segundo Queiroz, o movimento tem caído drasticamente, na avaliação dele, pelas condições do lugar.
A praia não tem iluminação (ao contrário da Atalaia, onde em alguns pontos, a exemplo da Passarela do Caranguejo, que têm refletores que iluminam a areia e o mar) we a via de acesso é ruim, com buracos no calçamento irregular. Construções depredadas dão um aspecto de abandono logo na entrada da orlinha. Uma placa sinalizando a obra de revitalização deixa os donos de bares e os frequentadores intrigados sobre o início dos serviços. “Aqui pode receber um tratamento melhor. Não entendemos porque isso não acontece”, disse José Fabrício Menezes, cliente assíduo de um dos bares da orlinha.
O dono do bar Normando’s, Normando Bispo, está há 32 anos na área. Ele reclamou do abandono e esquecimento do governo com o local. “Nada é feito por aqui”, reclamou. Ele participou de um projeto de melhoria local, no início da década de 90, quando os quiosques deixaram a areia e passaram para onde até hoje estão.
Na Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), não existe nenhuma ordem de serviço para iniciar qualquer tipo de obra no local, segundo a Assessoria de Comunicação. Existe um projeto na Secretaria Municipal de Planejamento, mas está parado por orientação do projetista. Segundo o secretário adjunto de Planejamento, Dulcival Santana, o profissional contratado para fazer o projeto orientou a prefeitura a aguardar dois anos para ver o comportamento das águas nesse período.
Por: Célia Silva
Fonte: Jornal da Cidade