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Sergipe em alerta contra a gripe suína

29/4/2009

Texto: Bruna Carvalho (Estagiária)

Sergipe está em estado de alerta e já adotou medidas de vigilância no porto e no aeroporto diante de um possível surto da gripe suína. No país já foram registrados 12 casos suspeitos, espalhados em sete Estados, sendo dois no Nordeste: Bahia e Rio Grande do Norte. Até o momento, os registros da doença contagiosa não foram confirmados e o Aeroporto Santa Maria, em Aracaju, não recebe voos internacionais, mas as autoridades da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na capital sergipana não descartam a possibilidade da doença atingir o Estado.

“Não é porque o aeroporto de Aracaju não disponibiliza voos diretos para destinos internacionais que Sergipe não vai receber passageiros que viajaram para fora do país. Antes de chegar à capital sergipana, eles desembarcam em aeroportos internacionais em outros Estados e passam pela fiscalização que está sendo feita, mas mesmo assim é necessário fazer uma nova triagem ao desembarcar em Sergipe, pois o período de incubação da doença pode ultrapassar os sete dias, o que significa que uma pessoa infectada pode entrar em qualquer lugar e transmitir a gripe antes de apresentar os primeiros sintomas”, alertou o coordenador de Portos e Aeroportos da Anvisa em Sergipe, Silvio Almeida Santos.

Na última segunda-feira, técnicos sanitários e autoridades da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) em Sergipe se reuniram para definir as recomendações passadas pela Direção Geral da Anvisa. A nota técnica passada pela divisão do órgão revela que o nível de alerta da doença é considerado emergência de saúde pública de importância internacional e por isso a vigilância deve ser intensificada em todas as coordenações estaduais de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados.

“Temos duas equipes formadas por dez técnicos cada uma, que já foram orientadas a reforçar as ações de fiscalização, tanto no aeroporto de Aracaju como no Terminal Marítimo Ignácio Barbosa, localizado na Barra dos Coqueiros”, garantiu Silvio Almeida, ao explicar que as embarcações que chegam ao Estado trazem produtos dos Estados Unidos da América (EUA), Canadá, África e países do continente asiático. “Os resíduos sólidos e a tripulação que passou por países considerados de risco também serão inspecionados seguindo as normas sanitárias”, completou.

A Infraero também já determinou a todos os 32 aeroportos internacionais que divulguem aviso sonoro com a mensagem da Anvisa, alertando aos passageiros que se encontrarem com os sintomas da influenza a procurarem imediatamente um posto da Agência nos aeroportos. O aeroporto de Aracaju não é internacional, mas deve divulgar nos próximos dias o material informativo elaborado pela Anvisa sobre a doença. “Por enquanto, não precisamos colocar as medidas de apoio operacional em prática. Mas estaremos prontos quando for necessário”, afirmou o assessor de Comunicação da Infraero, Keldo Campos.

Gripe suína

A gripe suína, causada por uma variante do vírus H1N1, pode ser transmitida entre humanos da mesma forma que a gripe comum: por via aérea, contato direto com o infectado ou indireto (através das mãos) com objetos contaminados. Porém, não há contaminação pelo consumo de produtos suínos. Segundo as autoridades brasileiras, doze pessoas estão internadas em hospitais do país e são monitoradas por terem chegado de viagens ao exterior com os sintomas de gripe suína – febre alta repentina, superior a 38ºC, acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, musculares e nas articulações.

Ao todo, apresentaram alguns dos sintomas clínicos típicos da doença três pessoas em Minas Gerais, duas no Rio de Janeiro, duas no Amazonas, duas no Rio Grande do Norte, uma em São Paulo, uma no Pará e uma na Bahia. No ranking dos países que já confirmaram casos de contaminação da doença, o México lidera o primeiro lugar, com um saldo de 20 mortes pela gripe suína e mais 152 estão sendo investigadas. Os EUA estão em segundo lugar e somam 44 casos de pessoas contaminadas pelo novo tipo de gripe.

O país norte-americano é o terceiro destino turístico mais procurado por sergipanos: uma média de 80 pessoas por mês sai de Sergipe para visitar os EUA, segundo informações de um profissional de agência de viagens de Aracaju que preferiu resguardar o nome da empresa diante da situação. “Até o momento não houve redução na venda de passagens aéreas internacionais por conta do surto da doença”, informou o representante da empresa.

Para quem pretende viajar às áreas afetadas pela gripe suína, o Ministério da Saúde recomenda que os viajantes usem máscaras de proteção descartáveis, cubram o nariz e a boca com um lenço ao tossir ou espirrar, evitem locais com aglomeração de pessoas e o contato direto com pessoas doentes.

Fonte: Jornal da Cidade