O Efeito do Aquecimento Global sobre o Nordeste e o projeto de Transposição foi o tema da palestra do ex-governador João Alves, realizada nesta quinta-feira (16), na Universidade Católica de Brasília. O público formado por estudantes de Direito da Universidade estava bem atento e não deixou o auditório até o término da palestra.
Ao final, os estudantes fizeram perguntas sobre o aquecimento global e sua relação com os problemas ambientais no rio São Francisco. O presidente do TRF de Brasília, o sergipano Antônio Prudente, que também estava presente, elogiou a iniciativa do ex-governador de defender um tema tão importante.
João Alves expôs que a região Nordeste terá efeitos muito graves. Deixará de ser semi-árida, para árida, o que pode provocar a morte dos seus rios, a exemplo do São Francisco, que inclusive já está morrendo. Segundo o engenheiro, já se pode observar algumas conseqüências da morte do rio, como o aumento da salinidade. Já é possível pescar o peixe robalo, de água salgada a 150 km de distância da foz. Se essa salinidade alcançar os pontos de captação de água para o abastecimento da Bahia e Sergipe, vamos ter sérios problemas de abastecimento, informou.
João Alves informou que para haver transposição devem ser respeitadas quatro premissas: deve haver excesso de água na bacia doadora; falta de solos irrigáveis na bacia doadora e ampla disponibilidade de terras irrigáveis na receptora e inexistência de recursos hídricos locais na região receptora capaz de atender demandas presentes e futuras.
Nenhuma dessas premissas é verdadeira, inclusive a última, já que o Nordeste setentrional tem o maior aqüífero de água doce no subsolo inteiramente brasileiro que possibilitaria muito mais água que a transposição por um custo muito mais baixo, finalizou, informando que a transposição é economicamente insustentável, ecologicamente criminosa e socialmente injusta.
Fonte: Faxaju