Diagnóstico mais rápido
Um rapaz brasileiro de 26 anos, que vive na Nova Zelândia, chegou ao Brasil vindo daquele país com sintomas de gripe suína. Ele estava internado na área de isolamento do Hospital de Urgência Governador João Alves Filho, em Aracaju (SE), mas fugiu na manhã de ontem, antes de receber alta médica. "Como o paciente deixou de apresentar os sintomas e o caso dele é de monitoramento, não será necessário solicitar apoio judicial", explicou o gerente de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretária de Estado da Saúde, Marco Aurélio Souza.
Brasil recebe kits para detectar a doença, reduzindo o tempo para confirmação do contágio. Número de casos chega a 40
Thiago Herdy
O Brasil vai receber nos próximos dias kits prontos para o diagnóstico da gripe suína. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) vai encaminhar para 30 Centros Nacionais de Influenza das Américas, incluindo o Brasil, exames para diagnóstico da doença, que serão usados em pacientes em que haja forte indício de contaminação pelo vírus H1N1. As remessas devem começar a ser feitas hoje. Os testes podem apressar a confirmação ou o descarte de casos no pais.
O número de casos suspeitos subiu para quatro, informou ontem o Ministério da Saúde. Três dos suspeitos estão em Minas Gerais e o outro está em São Paulo. "Eles estão internados em hospitais de referência para tratamento de influenza", afirma nota do ministério. Segundo o ministério, outros 40 casos espalhados por 12 estados estão sendo monitorados pelas autoridades, mas não são considerados casos suspeitos.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que testes para confirmar se pacientes estão com H1N1, produzidos no Brasil, estariam prontos em até 10 dias. Com a chegada dos kits prontos, a confirmação ou descarte dos casos pode ocorrer mais rapidamente. Os testes brasileiros serão feitos a partir do sequenciamento genético enviado ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o país. O material já foi transmitido a uma empresa, encarregada de enviar o que for necessário para fazer o kit, segundo Eduardo Hage, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Três laboratórios públicos brasileiros estarão preparados para realizar exames de diagnóstico da gripe suína: o Instituto Evandro Chagas, do Pará, o Instituto Adolpho Lutz, em São Paulo, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
O sequenciamento genético do vírus foi realizado nos Estados Unidos, poucos dias depois do primeiro registro da doença no país. "Em casos de risco de pandemia, o material é considerado patrimônio da humanidade", afirmou Eduardo Hage. As informações enviadas ao Brasil são úteis aos testes de identificação do vírus. Somente com esse mecanismo é possível se confirmar a contaminação dos pacientes que estão em observação.
Por enquanto, o diagnóstico dos pacientes com suspeita é feito por exclusão. Eles são submetidos a outros testes, usados para avaliar a existência de outros tipos de vírus da gripe. Se o teste não for positivo para nenhum dos vírus comuns, há a possibilidade de o paciente estar contaminado pela influenza suína.
O teste preparado pelo Brasil usa a mesma técnica do que será enviado pela Opas. "O Brasil tem uma ótima rede. Os kits poderão ser úteis neste primeiro momento", afirmou o gerente de Vigilância em Saúde, Prevenção e Controle de Doenças da Opas, Jarbas Barbosa. Para ele, o mundo está muito perto de entrar na fase 6 do alerta de epidemia. "Basta que Espanha, Reino Unido ou outro país que esteja fora do continente americano apresente transmissão comprovada da doença."
CONTINGÊNCIA O Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro acelerou a implantação do plano de contingência da doença, que ainda não se manifestou no País. A organização de leitos de isolamento em unidades de referência para eventuais doentes é uma das prioridades. O Ministério da Saúde informou que o número de unidades de referência hoje chega em 52, pelo menos uma para cada Estado. Ontem o governo federal decidiu monitorar todos os voos internacionais como medida preventiva.
O Disque-Saúde (0800 61 1997), principal canal de atendimento do Ministério da Saúde às dúvidas da população, recebeu 629 ligações de pessoas com dúvidas sobre a gripe suína entre segunda e terça-feira. Segundo o ministério, com o recente aparecimento da doença no mundo, os atendentes do sistema receberam treinamento específico sobre o tema. No mês de abril, os acessos ao tema gripe e resfriado já representam 46,2% (705) do total (1.524).
Um rapaz brasileiro de 26 anos, que vive na Nova Zelândia, chegou ao Brasil vindo daquele país com sintomas de gripe suína. Ele estava internado na área de isolamento do Hospital de Urgência Governador João Alves Filho, em Aracaju (SE), mas fugiu na manhã de ontem, antes de receber alta médica. "Como o paciente deixou de apresentar os sintomas e o caso dele é de monitoramento, não será necessário solicitar apoio judicial", explicou o gerente de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretária de Estado da Saúde, Marco Aurélio Souza.
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