"A proposta prevista pela Política Nacional de Saúde Mental é que haja interação entre o paciente e a sociedade, onde o atendimento seja aberto e em comunidade". Com essa observação focada nos preceitos do Ministério da Saúde, o presidente da Associação dos Familiares e Amigos dos Doentes Mentais de Sergipe (AFADM-SE) Waldemir dos Santos começa a expor o dia-a-dia do portador de transtornos mentais de Aracaju, que precisa se submeter, segundo ele, a um tratamento precário sob gestões despreparadas e principalmente sob um acolhimento de pessoas que aparentemente não sabem nada sobre o assunto.
Após a novela da Rede Globo (Caminho das Índias), exibir um personagem esquizofrênico, o assunto ganhou novas proporções no Brasil. Inicialmente, a Equipe do Correio de Sergipe iria escrever uma matéria sobre a doença em si, mas acabou esbarrando na falta de informação e principalmente no desinteresse de alguns especialistas e gestores que trabalham na área em esclarecer certas informações. Mudou-se o foco e passou-se então a investigar como anda o sistema que teria a responsabilidade de fazer cumprir o que se manda o Ministério da Saúde.
É uma questão delicada tanto para o paciente (muitas vezes em crise) quanto para seus familiares. A internação em hospitais psiquiátricos remete a meados do século XIX, mas foi nos anos 70 que começou lentamente uma mudança que deveria surtir efeitos positivos nos tratamentos, substituindo as "casas de doidos" pelas comunidades terapêuticas. Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), essa ideia ganhou mais fôlego e começaram então a ser discutidas novas políticas de saúde (incluindo a mental).
Fonte: Correio de Sergipe