Bruxelas - Investigação em curso desde 2000 por quebra de leis antitruste pode render à fabricante de chips multa bilionária na quarta-feira (13/05).
A Intel será multada na quarta-feira (13/05) pela Comissão Europeia pela quebra de leis antitruste do grupo, segundo fontes próximas ao caso consultadas pelo IDG News Service.
A fabricante de chips vem sendo investigada desde 2000 pela Comissão Europeia por prejudicar a competição no mercado europeu dando ilegalmente cupons de desconto a fabricantes em troca do uso de seus chips x86, em ação pedida pela rival AMD.
A Intel é acusada também de pagar a integradores para que computadores que carreguem chips da AMD fossem atrasados ou tirados de circulação, além de vender processadores para servidores abaixo do preço para universidades e governos.
Em 2008, a Comissão incluiu novas acusações, afirmando que a Intel pagava quantias generosas à maior rede de eletrônicos da Europa, a Media Markt, para que todos os PCs rodando chips AMD fossem retirados das prateleiras.
Ainda que o valor não tenha sido oficializada, a Comissão Europeia tem poderes para definir uma multa que pode chegar a 10% do faturamento anual da companhia sob a acusação de monopólio.
Em 2008, a Intel registrou receita de 37,6 bilhões de dólares, o que colocaria o valor da sua punição, caso a Comissão aplique a multa completamente, como a maior já dada a uma empresa de tecnologia na região.
A Intel domina o mercado global de chips, com participação de 81,9% no final de 2008, segundo dados do IDC. A rival AMD aparece na segunda posição com 17,7%.
A fabricante seria a terceira empresa do setor de tecnologia a enfrentar punições pela Comissão Europeia. Nos anos 80, a IBM foi forçada a mudar sua estrategia para competir no setor de mainframes.
Mais recentemente, a Microsoft teve uma postura mais resistente às restrições impostas pela Comissão pela integração do Windows Media Player no popular sistema operacional Windows, o que prejudicava a competição entre outros players multimídia.
A dificuldade da Microsoft em entregar os dados pedidos pela Comissão fez com que a Microsoft fosse multada em 899 milhões de euros, valor quase duas vezes maior que os 497 milhões de euros impostos pela quebra original de regulamentação antitruste.
Paul Meller, editor do IDG News Service, de Bruxelas.