São Paulo - Prejuízo com software ilegal cresce 1,7% em um ano, é o maior da América Latina e 9º do mundo. Índice de pirataria cai para 58%.
O Brasil registrou um índice de 58% em pirataria de software no ano passado, uma queda de um ponto porcentual em relação a 2007, informa o 6º Estudo Anual Global de Pirataria de Software apresentado nesta terça-feira (12/05) pela Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES) e pela Business Software Alliance (BSA).
Com um prejuízo de 1,645 bilhão de reais gerado pela venda de software ilegais - alta de 1,73% em relação a 2007 - o Brasil é o 9º país que mais sofre com a venda de softwares piratas no mundo e o primeiro na América Latina.
O índice é motivo de comemoração pelas organizações, já que, entre os anos de 2005 e 2007, os prejuízos com pirataria de softwares no Brasil em valor tinham aumentado 111,1%.
O país reduziu índice de pirataria em 6 pontos porcentuais, nos últimos três anos, segundo o relatório elaborado pela consultoria International Data Corporation (IDC).
Globalmente, o índice de pirataria de software subiu de 38% para 41% em 2008, e o prejuízo cresceu 11% somando 53,1 bilhões de dólares - excluindo as taxas de câmbio, o prejuízo cresceu 5% anualmente atingindo 50,2 bilhões de dólares. Para cada 100 dólares de softwares vendidos, 69 dólares foram gastos com produtos piratas, na média mundial.
BRIC e América Latina
A elevação, segundo a BSA, se deve especialmente ao alto índice de pirataria registrado nos países emergentes que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
O Brasil tem o menor índice de ilegalidade dentro do bloco BRIC, seguido por Índia (68%), Rússia (68%), e China (80%). As perdas resultantes da pirataria tiveram um leve crescimento na Rússia e na China, totalizando 4,4 bilhões de dólares e 6,7 bilhões de dólares, respectivamente, mas disparou 37,7% na Índia, chegando aos 2,8 bilhões de dólares.
Na América Latina, entretanto, o País lidera o ranking de perdas com a pirataria, seguido de México (823 milhões de dólares), Venezuela (484 milhões de dólares), Argentina (339 milhões de dólares) e Chile (202 milhões de dólares). A região registrou um prejuízo total de 4,3 bilhões de dólares com a venda de softwares piratas.
A média de pirataria entre os países latino-americanos é uma das maiores do mundo: 65%. O Brasil possui a segunda menor taxa de pirataria de software da América Latina, ficando atrás apenas da Colômbia, com 56%. Os piores índices são de Venezuela (86%), Paraguai (83%) e Bolívia (81%).
Na avaliação da BSA, a redução da pirataria nas empresas é o principal desafio do mercado brasileiro de software. De acordo com a ABES, a pirataria ainda é um "crime socialmente aceito". A entidade pretende reduzir o índice com ações educativas, econômicas e repressivas.
Nos 110 países pesquisados, a pirataria foi reduzida em cerca de metade deles (57), permaneceu constante em um terço (40) e aumentou em 13.
A pirataria de software não afeta apenas a indústria de software. Para cada 1 dólar de software vendido em um país, 3 dólares a 4 dólares são direcionados para empresas locais de serviços de tecnologia e de distribuição.
Um estudo do IDC de janeiro de 2008 previu que a redução da pirataria de software no Brasil em 10 pontos percentuais, nos próximos quatro anos, poderia gerar 11,5 mil novos empregos, 2,9 bilhões de dólares em receita para a indústria local e 389 milhões de dólares adicionais em arrecadação de impostos.
Por Redação do IDG Now!