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"Novo Enem não pode ter pegadinha", diz ministro

13/5/2009

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (13) que o novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) "não pode ter pegadinhas". O ministério obteve junto do comitê de governança, que define a implantação do novo formato de exame, a aprovação das diretrizes para a elaboração das perguntas do exame.

Segundo Haddad, a matriz de referência para as questões foi aprovada por unanimidade. O princípio fundamental é que não serão cobrados detalhes muito específicos ou fórmulas. "É inadmissível cobrar uma data na prova. O que interessa saber é se o aluno consegue compreender o que se passa na história", disse.
 
"Se o aluno sabe do que se trata, mas esqueceu a fórmula, vai conseguir, por outros meios, chegar às respostas certas, porque compreende o fenômeno em questão", disse Haddad.

As habilidades da prova serão divulgadas na tarde desta quinta-feira (14), quando o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) integrará o comitê de governança do novo Enem. "Com o Consed, vamos poder discutir a reestruturação do ensino médio com vistas ao novo Enem", afirmou Haddad.

O conteúdo da prova é o mesmo do ensinado no ensino médio, afirmou o ministro. No entanto, no exame deste ano, não será cobrada língua estrangeira. A partir de 2010, o Enem terá questões de inglês ou espanhol. Segundo Haddad, é preciso ter cuidado para que as provas de idiomas tenham o mesmo nível, evitando, assim, "injustiças" no processo.


Enem duas vezes ao ano
De acordo com o ministro, o comitê de governança estuda a aplicação do novo Enem duas vezes ao ano, medida que já era prevista quando foi lançado o formato para 2009.

"Pelo calendário das universidades, nós não teremos como fazer antes de março nem depois de abril, então a de ser provavelmente num desses dois meses", disse Haddad.
 
"Simulado"
O ministro confirmou a elaboração de um modelo de prova do novo Enem, que será divulgado antes da data do exame (dias 3 e 4 de outubro). Segundo Haddad, serão questões que exemplificam as habilidades e competências exigidas. O número de perguntas disponibilizadas não está definido. Mas não serão "necessariamente 200 como na prova", disse Haddad.

Todas as questões do Enem devem atender a dois pressupostos. Em primeiro lugar, devem respeitar a matriz de habilidades, definida pelo comitê de governança e, depois, têm de passar no pré-teste, demonstrando que sua dificuldade consegue ser reproduzida nos anos seguintes.

Para compor uma prova de 200 questões, como será o novo Enem, Haddad estima que serão necessários centenas - ou mesmo milhares - de itens pré-testados.

Esses itens vão permitir ao Inep elaborar nos anos seguintes questões que possibilitem acompanhar a evolução do nível do ensino médio, como se faz atualmente com a Prova Brasil.


Claudia Andrade  - Em Brasília - Da Redação - Em São Paulo