Direto de Aracaju
Devido às chuvas e rajadas de vento que atingem Sergipe, 250 pescadores estão em risco no alto mar. "A Capitania dos Portos alertou tarde os pescadores sobre os riscos. O papel com o alerta chegou na segunda-feira e eles estão em alto mar desde o dia 16", disse Givaldo Bezerra Lima, proprietário de uma das 50 embarcações que saíram para pescar.
De acordo com ele, os pescadores foram alertados sobre a ressaca que vai atingir o litoral sergipano. No entanto, nenhum deles retornou até agora. "É melhor que fiquem por lá, pois é mais seguro", explicou Lima.
Segundo o alerta da Capitania dos Portos, ventos fortes em alto mar vão provocar ressaca em várias praias de Sergipe. A previsão é de que as ondas ultrapassem os 2,5 m de altura.
O temporal acompanhado de rajadas de ventos que chegaram a 30 km/h na quarta-feira derrubou quatro árvores em menos de cinco horas e deixou muitos aracajuanos ilhados.
Lama e água invadiram os barracos localizados na área da Prainha, no fundo do canal do bairro Santa Maria, zona de perigo. No Morro do Avião, outra área de risco, os barracos continuaram desabando e mais famílias ficaram desabrigadas em Aracaju, mas os números atualizados ainda não foram divulgados pela Defesa Civil.
"Estou desesperada. Está caindo muito barraco e tem muito lixo aqui", disse a catadora Maria Joelma da Silva. "Tenho medo de minha filha pegar leptospirose e morrer." Ela mora com a filha de 5 anos no barraco invadido por lama e água.
Uma equipe de mergulho do Corpo de Bombeiros resgatou, na quarta-feira o corpo de um homem identificado como Sebastião dos Santos, 33 anos, desaparecido desde segunda-feira, no rio Vaza Barris, em Itaporanga D'Ajuda (SE).
Segundo o tenente Gideão Oliveira dos Santos, comandante da operação, o resgate foi de alta complexidade. "O acesso ao local, a navegação e o mergulho eram imensamente desfavoráveis, pois a correnteza do rio estava muito forte, trazendo, ao longo do rio, troncos e galhos de árvores, além de muita lama e nenhuma visibilidade para os mergulhadores", afirmou.
Em Estância, município mais afetado pelas chuvas em Sergipe, passou de 8 para 11 o número de famílias desabrigadas e o volume da água do rio Piauitinga voltou a subir 1,5 m, deixando a população com medo de novas tragédias.
Em Sergipe, a previsão é de chuvas até final de julho, conforme meteorologistas de vários Estados da região que se reuniram em Aracaju para discutir o prognóstico climático para os próximos três meses.
Especial para Terra