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Sergipe realiza o São João da crise

7/6/2009

Em muitas cidades o clima denuncia a falta de investimento do governo do estado à tradição, ainda que o governador Marcelo Déda (PT) tenha prometido a revitalização e interiorização dos festejos juninos na campanha de 2006. Dos 75 municípios sergipanos que enviaram projetos para o Fundo de Patrocínio para Projetos Sócio-Culturais e de Comunicação Social (FEPCS), em busca de ajuda financeira, apenas 15 cidades foram beneficiadas (ver relação completa). Sessenta cidades do interior estão sem apoio do governo para realizar os festejos juninos. Alguns prefeitos ainda lutam para comemorar o São João de maneira simples, com trio pé de serra, usando recursos do próprio município. Outros decidiram cancelar a festa. A maior manifestação popular sergipana perdeu sua força este ano.

O São João de Rosário do Catete (a 37 km de Aracaju) sempre atraiu milhares de pessoas para o município, mas a "Festa do Catete" foi cancelada depois de oito anos. O prefeito Etelvino Barreto Sobrinho (PMDB), que administra o município há seis meses, em seu primeiro mandato, avaliou a situação e preferiu suspender os festejos já que a falta de recursos comprometeria a qualidade da festa.

Em abril deste ano, ele solicitou o apoio financeiro do governo do estado para realizar a Festa do Catete. Etelvino encaminhou uma proposta na forma de projeto ao Fundo Estadual de Patrocínio. O pedido foi analisado, mas os recursos no valor de R$ 950 mil (para gastos com bandas, decoração, segurança e parte estrutural da festa) foram negados. 

A justificativa do governo foi a de que o município teria deixado de apresentar uma certidão negativa, documento exigido pelo edital de patrocínio para os festejos juninos. Sem apoio do governo e enfrentando dificuldades devido à queda do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e do repasse de royalties, o prefeito decidiu cancelar a festa.

"A ideia era manter a tradição, mas o município tem outras prioridades. O prefeito retirou a festa, mas vai retomar o programa Bolsa Renda que estava suspenso. A prioridade é aplicar no social, o prefeito pensou de forma sensata", avalia a assessora de Imprensa do município, jornalista Cláudia Meirelles.  Ainda assim, a prefeitura trabalha com a possibilidade de manter de 13 a 30 de junho, todas as noites, na Praça dos Quiosques, trio pé de serra para não quebrar a tradição e manter parte da população (cerca de 8 mil habitantes) na cidade.


Fonte: Correio de Sergipe