Valor Econômico
Josette Goulart, de São Paulo
Os consumidores cativos de energia da Paraíba e do Sergipe, estados atendidos pela Energisa, sentiram a crise no fim de 2008, mas ainda timidamente comparado ao resto do país. A Energisa terminou o ano com crescimento de vendas de 7,8%, ante os 2,8% registrados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) em todo o país. O segmento industrial, o mais influente no consumo, cresceu os mesmos 7,8% no ano. Apesar do crescimento, as revisões tarifárias vão influenciar o faturamento da Energisa do ano, e o crescimento ficará em 1,8%, segundo o diretor financeiro, Maurício Botelho.
Se por um lado as pequenas e médias indústrias do Sergipe e da Paraíba só reduziram o consumo em dezembro, com queda de 1,7% comparado ao mesmo período do ano passado, por outro lado, as grandes indústrias derrubaram os números. Classificadas como consumidoras livres, as grandes indústrias dentro da área de concessão da Energisa reduziram em 20% o consumo em dezembro. Além da Paraíba e Sergipe, a Energisa atende ainda a Zona da Mata mineira e a região de Nova Friburgo, no Rio.
Na região de Borborema (PB), o consumo livre caiu 43%, número influenciado pela Coteminas, única consumidora livre da região, segundo Maurício Botelho. Em Nova Friburgo, a Arp, empresa de lingeries, reduziu em 44% o consumo de energia em dezembro. Botelho não tem ainda dados que mostrem o comportamento do consumo em janeiro. Mas o consumo residencial deve ainda segurar os números positivos. Em 2008, as vendas residenciais cresceram 7,1% e as comerciais, 9,6%.
Na área de distribuição, os investimentos da Energisa devem ficar ao redor de R$ 340 milhões em 2009. Deste total, a empresa já garantiu R$ 100 milhões por meio de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FDIC), lançado pelo Credit Suisse no segundo semestre de 2008 cujo prazo de captação encerrou no dia 20 de dezembro. O FDIC terá prazo de 12 anos e a taxa paga será o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) mais um spread de 0,7%. O restante dos recursos para investimentos em distribuição virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste. Em geração de energia, os investimentos para obras de três pequenas centrais hidrelétricas estão na ordem de R$ 170 milhões.