O que era para ser uma manifestação pelas obras de infraestrutura do Loteamento Coqueiral, no Bairro Porto Dantas, localizado na zona norte de Aracaju, tornou-se mais um exemplo da fragilidade e despreparo da Polícia Militar de Sergipe (PM/SE). Na manhã de ontem, 16, os moradores do Coqueiral bloquearam parte da Avenida Euclides Figueiredo, que dá acesso à Ponte do Sal, no Conjunto Marcos Freire, em Nossa Senhora de Socorro, para cobrar a Prefeitura de Aracaju à realização das obras de pavimentação e saneamento básico no local. Durante o protesto, os manifestantes queimaram pneus e utilizaram pedras e pedaços de madeira.
O clima ficou tenso depois que equipes da PM e do Corpo de Bombeiros chegaram até o local, por volta das 8h, para conter a manifestação. O coronel Robson, comandante do 8° Batalhão da Polícia Militar, segurou uma mangueira do Corpo de Bombeiros e direcionou o jato d'água para um grupo de manifestantes. O ato retrata a inoperância do poder público, que além de não oferecer condições dignas de moradia à população do loteamento, um dos mais carentes de Aracaju, não prepara adequadamente a polícia. "O coronel jogou água diretamente nas pessoas, empurrando a comunidade no fogo. É uma irresponsabilidade deixar esse policial ser comandante. Ele não tem capacidade para dar segurança à população", reclama José Denílson, presidente da Associação dos Moradores do Coqueiral.
Com a força da água, o morador João Siqueira dos Santos caiu sobre o fogo e foi socorrido pelos manifestantes. Nenhum policial se mobilizou para ajudá-lo. "Fui agredido com jato d'água. Foi um ato truculento da polícia. Estamos fazendo uma manifestação pacífica, só queremos cobrar do prefeito as promessas de campanha. Estamos sofrendo, porque aqui não tem pavimentação nem saneamento básico", disse.
CORREIO DE SERGIPE