A falta de pediatras na rede privada de saúde continua na pauta de problemas a serem intermediados pela promotora de Justiça de Defesa do Consumidor, Euza Missano. Ontem pela manhã, ela fez uma visita ao Hospital Primavera, que tem uma moderna estrutura de UTI Pediátrica, mas não consegue fechar a escala do atendimento de urgência. Atualmente, somente o Hospital São Lucas e o Hospital da Unimed têm a escala de pediatras fechada.
O assunto voltará a ser discutido em uma nova reunião, amanhã, às 9 horas, no Ministério Público Estadual, dessa vez com uma comissão de pediatras. Depois da visita às instalações do Primavera, representantes do hospital, pediatras e a promotora Euza Missano reuniram-se a portas fechadas. A impressão que se teve é que os médicos não quiseram abordar os maiores problemas na frente da imprensa. “Foram discutidos vários fatores, não só a questão salarial”, disse Glória Tereza Lopes, pediatra e diretora do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed).
Ela informou que faltam poucos profissionais para que a escala de pediatras do Hospital Primavera consiga ser fechada. “É um hospital perfeitamente equipado, o sonho de trabalho de qualquer profissional. Vamos tentar aparar as arestas para que os problemas sejam resolvidos”, acrescentou Glória. O diretor geral do Primavera, Wagner Oliveira, falou apenas que em relação à questão salarial, chegou-se “ao topo do que pode ser oferecido”.
“O que não pode é o Primavera continuar funcionando como hospital de alta complexidade sem ter pediatras”, argumentou a promotora. Além do Primavera, o Hospital Renascença também continua com dificuldades para fechar a escala de pediatras. O diretor geral do Primavera disse que na UTI há profissionais especializados e competentes. “Temos custos e sonhos. Somos obrigados legalmente a ter pediatras e temos interesse em contratá-los”, garantiu Wagner.
Texto: Janaina Cruz - JORNAL DA CIDADE