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Rosário: vereadores denunciam abandono

21/6/2009

Vereadores de oposição têm denunciado nas sessões da Câmara a situação de abandono do município de Rosário do Catete. Mesmo com uma arrecadação milionária em função do ICMS e dos royalties da Petrobras, eles afirmam que a cidade não tem nenhum investimento municipal que justifique os gastos propalados pelo prefeito Etelvino Barreto (PMDB).

“O que a população pergunta é onde estão os milhões da prefeitura. São R$ 2,5 milhões por mês de arrecadação e não sabemos como esse dinheiro é aplicado. Enquanto isso a cidade está entregue às traças. Várias ruas estão intransitáveis, até mesmo para os pedestres. É um absurdo o que está acontecendo”, protesta a vereadora Maura Cecília Santos (PDT).

Além das condições precárias das ruas, a parlamentar denuncia diversos problemas em prédios públicos do município, a exemplo de uma creche localizada na sede, que atende 89 crianças. “No espaço, crianças e funcionários são obrigados a conviver com o mau-cheiro, por conta de uma fossa estourada”, relata a vereadora.

O problema, de acordo com ela, existe desde a sua abertura, em março deste ano. Além disso, duas escolas municipais foram fechadas há cerca de oito anos e até agora o prefeito não tomou providências para resolver o problema. “O resultado é que em torno de três mil crianças e adolescentes estão concentrados na Escola José Sotero, no centro da cidade. É um absurdo, pois no local não há nenhuma condição para que os professores deem aulas às crianças e adolescentes”, lamenta.

O vereador Genilson da Costa França, o “Neno” (PSB), critica ainda o prefeito que na campanha prometeu melhorar a educação em Rosário mas até agora não mostrou para que veio. “O que dizer da Escola Municipal José Antônio dos Santos, no bairro Mutirão, que foi demolida pelo aliado dele, o ex-prefeito Laércio Passos, e até hoje se encontra lá, só os escombros? Enquanto isso, as crianças têm que ficar na beira na BR para atravessar a rodovia, o que pode gerar uma tragédia a qualquer momento. Infelizmente o prefeito não vê isso porque nem morando mais em Rosário ele está”, afirma Neno.

A vereadora Maura Celícia denuncia ainda o fechamento da biblioteca da cidade, sendo que todo o material está concentrado em uma sala na creche. “O pior de tudo isso é que a sala não tem condições nenhuma. O espaço está com infiltração e a água escorre pelo chão. Isso pode também provocar doenças nas crianças. É tudo muito desorganizado e o poder público não toma providências”, acrescenta a vereadora. 

Segundo Neno, outra reclamação constante dos moradores é com relação às péssimas condições das ruas em Rosário do Catete. Uma das comunidades mais prejudicadas é a do bairro Mutirão, onde as vias não oferecem condições nem para a passagem de pedestres, muito menos de veículos. Por conta disso, a população está sem coleta de lixo regular, não há policiamento e, se alguém adoecer, nem mesmo uma ambulância pode chegar até as residências.

“Os moradores nos procuram para que alguma providência seja tomada. Nós chamamos a atenção do prefeito na Câmara, mas não adianta nada. Aliás, o prefeito parece que nem líder tem, pois a oposição critica, critica, mostra os problemas da cidade e nenhum vereador aparece para defender Vino. As sessões viraram um monólogo. Só a oposição fala enquanto a situação permanece calada”, conta Neno, que é vice-presidente do poder Legislativo.

De acordo com Maura Cecília, várias casas correm risco de desabar. “Há inúmeras famílias morando em situação precária no município, apesar dos milhões que a prefeitura arrecada. Infelizmente o prefeito só soube fazer festa no início da gestão, gastando milhões de reais com a contratação de bandas caríssimas. Agora, para disfarçar, cancelou a Festa do Catete, mas só fez isso depois de torrar com artistas o dinheiro do povo de Rosário”, critica a vereadora de oposição.

A presidente da associação de moradores do povoado Tamandaré, Edna Maria Gomes Santos França, também enfatizou a precariedade na estrutura oferecida pela prefeitura. “O povoado Tamandaré é um dos mais prejudicados. A escola municipal Cônego Serapião Machado foi fechada de repente, sem ninguém ser avisado. Com isso, as crianças foram transferidas para outra escola. Além disso, as ruas estão em péssimo estado e sem rede de esgoto. O posto de saúde não funciona e para completar a situação, a população que sobrevivia de uma Bolsa Renda está há sete meses sem o benefício, que foi cortado pelo município”, lamentou.

EMPAUTA