Problemas se arrastam, mas nova semana pode marcar decisão sobre CPI da Petrobras - A transferência de R$ 1 bilhão ao Fundo de Participação dos Municípios - Eleição no PT - Plano Real
A semana política em Brasília deverá ser marcada por novas manifestações e busca de soluções para dois problemas que envolvem o Senado: a instalação da CPI da Petrobras e as denúncias sobre a administração da Casa nos últimos anos. O primeiro estaria a dependência de um acerto político que envolve o afastamento espontâneo do senador tucano Arthur Virgílio da relatoria da CPI das ONGs, cargo que pertencia à base aliada e perdido por desatenção.
Presidente do Senado, José Sarney, e senador tucano Arthur Virgílio O líder tucano já sinalizou no sentido de afastar-se, caso a instalação de outra CPI, a da Petrobras, seja viabilizada. As condições estão criadas para o entendimento porque a oposição atribui maior interesse na investigação da Petrobras, que vem sendo protelada. Novos adiamentos podem radicalizar posições num momento em que o Senado também vive um momento delicado diante e tantas e continuadas denúncias sobre a administração interna. Estas, de certa forma, ganharam o espaço que a disputa na CPI da Petrobras possuía, mas a delicadeza do momento pode contribuir, ao menos, para que uma delas, no caso a comissão parlamentar se viabilize.
Outro fator desfavorável é a proximidade do recesso parlamentar. Iniciá-lo com essas polêmicas questões em aberto só contribui para ampliar o desgaste do Senado. Essa constatação deve viabilizar a instalação da CPI, no entendimento de muitos senadores.
Eleição no PT
Grupos do PT estão ganhando tempo e já definiram seus candidatos para a disputa, que ocorrerá em novembro, pela presidência nacional do Partido. Nos últimos dias, enquanto o Diretório Nacional se reunia em São Paulo, as várias correntes internas realizaram encontros para acertar nomes que pretendem lançar. Até o dia 25 de julho, data final para o registro das chapas, cinco candidatos disputarão o comando.
Confirmado para representar a corrente "Construindo um Novo Brasil" - grupo do presidente Lula e do atual presidente Ricardo Berzoini, o ex-senador José Eduardo Dutra reuniu-se ontem com duas correntes. Ele conversou com a coordenação do grupo "Novo Rumo para o PT", composto basicamente de parlamentares ligados à ex-ministra Marta Suplicy. E depois recebeu o apoio da corrente "PT de Luta e de Massa", integrada por nomes como o deputado Jilmar Tatto. Mas o secretário-geral do PT, deputado federal, José Eduardo Martins Cardozo, reafirmou sua candidatura ao comando partidário.
O grupo "Movimento PT", à qual se integra o deputado Arlindo Chinaglia, também preferiu candidatura própria, confirmando a escolha do deputado Geraldo Magela. A deputada Iriny Lopes, ligada à corrente "Articulação de Esquerda", também concorrerá. E o membro do Diretório Nacional, Markus Sokol, do grupo "O Trabalho", confirmou sua participação na eleição.
Plano Real
Senado Federal vai comemorar os 15 anos do Plano Real, em sessão especial que será realizada no dia 1º de julho próximo. O requerimento foi apresentado pelo líder do PSDB, senador Arthur Virgílio por sugestão da senadora Marisa Serrano. A data escolhida refere-se ao dia 1º de julho de 1994, quando foi implantada a reforma monetária que extinguiu o cruzeiro real, a moeda então vigente, e instituiu a Unidade Real de Valor (URV), depois transformada no real, a nova moeda brasileira.
O Plano Real nasceu no governo Itamar Franco, quando Fernando Henrique Cardoso ocupava o Ministério da Fazenda.
Prefeituras
A transferência de R$ 1 bilhão ao Fundo de Participação dos Municípios, por meio de Medida Provisória, é o destaque da pauta da Câmara Federal para esta semana. Poderão ser analisadas, também, outras 21 matérias, entre projetos de lei e emendas à Constituição.
Carlos Fehlberg