Servidores do INSS em Sergipe reclamam de deficiências estruturais e nº reduzido de profissionais. Greve da categoria foi cancelada
Diante de faixas de agradecimentos e protestos dos servidores do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), o ministro da Previdência Social, José Barroso Pimentel, veio a Aracaju nesta segunda-feira, 22, inaugurar oficialmente a agência da avenida Ivo do Prado, que retornou os atendientos desde o dia 1º de junho.
Logo na chegada, Pimentel falou da satisfação em ver a reforma e ampliação do prédio que, segundo ele, proporcionará mais conforto aos usuários e funcionários que trabalham na unidade. O ministro aguardou por quase uma hora a chegada do governador Marcelo Déda, que antes da solenidade elogiou bastante o atual trabalho do Ministério da Previdência.
“Eu creio que o INSS está vivendo uma nova fase e o ministro Pimentel mostrou ao Brasil que é possível modernizar a Previdência, dando mais conforto, mais atenção e mais agilidade ao sistema previdenciário brasileiro. Hoje a busca por um benefício previdenciário deixou de ser uma via-crúcis”, avalia o governador de Sergipe.
Servidores na bronca
Mas para o Sindicato dos Servidores da Previdência em Sergipe (Sindprev/SE), a opinião de Déda não condiz com a realidade diariamente vivida pelos servidores do INSS no Estado. Segundo Rui Melquíades, coordenador do sindicato, o parque de informática é deficiente e atrapalha o atendimento ao usuário. “Isso não é bom porque o beneficiário acaba criando uma animosidade com o funcionário”, diz.
A reformulação dos sistemas de informática do INSS é apenas uma das reivindicações contidas em um manifesto que a categoria pretendia entregar ao ministro Pimentel na solenidade. Além desta, constava a contratação de mais funcionários concursados e a necessidade de que o salário da categoria não fosse reduzido ao mesmo tempo que a carga horária é elevada de 30 para 40 horas semanais.
Greve barrada
Os servidores do INSS em Sergipe iniciariam uma greve por tempo indeterminado nesta segunda, 22, mas resolveram suspendê-la. O motivo? “O Governo Federal entrou com uma medida cautelar para que o STJ aprovasse a ilegalidade da greve. Ficou fixado então que o sindicato nacional pagaria R$ 100 mil por dia de greve. Os 27 sindicatos estaduais resolveram ratear o valor da multa, mas conseguiram estender a liminar somente para Sergipe”, explica Rui.
Caso paralise o atendimento, a categoria sergipana terá que pagar sozinha os mesmos R$ 100 mil de multa que todos os outros estados juntos. O coordenador do sindicato não imagina qual seria a justificativa que motivou tal diferenciação para os servidores dos demais estados do país.
Glauco Vinícius/Infonet