Pernambuco, Alagoas, Bahia e Sergipe demonstraram interesse em receber as duas usinas que serão instaladas pela União na Região Nordeste
Angela Fernanda Belfort - Jornal do Comércio
O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, disse ontem que quatro Estados estão interessados em receber as duas usinas nucleares que serão construídas no Nordeste. A disputa ocorre entre Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. “Pernambuco está bem ativo nesse processo. Vamos discutir qual a melhor opção e a decisão deverá ser tomada até o final de 2010”, comentou. Cada unidade vai demandar um investimento de R$ 10 bilhões.
Cada usina terá capacidade de gerar 1 mil megawatts (MW), escala usada medir a energia. Ainda não está definido se elas ficarão na mesma área. Para se ter uma idéia da capacidade dessas novas geradoras, todas as hidrelétricas da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) têm a capacidade de produzir 10 mil MW.
A Eletrobrás é uma grande holding do setor elétrico que possui empresas como a Chesf e Eletronuclear. A última, como o nome diz, produz energia nuclear e abriu, recentemente, um escritório no Recife para acelerar os estudos técnicos sobre a implantação das duas novas usinas.
Geralmente, as usinas nucleares se instalam em locais que têm grande abundância de água, perto do mar ou rios. Segundo alguns especialistas, um dos lugares mais indicados, no Nordeste, é próximo ao Rio São Francisco.
“Também estamos discutindo se a Chesf vai ter alguma participação nas usinas nucleares do Nordeste”, explicou Lopes. Ele acrescentou também que a Chesf deverá participar do leilão que vai escolher as empresas responsáveis pela construção e operação da hidrelétrica de Belo Monte, no Estado do Pará.
Lopes também afirmou que a Chesf vai participar do leilão que vai escolher as empresas que vão construir e operar as cinco hidrelétricas de porte médio que serão implantadas no Rio Parnaíba, no Piauí.
INDEFINIÇÃO
A Eletrobrás criou um grupo de trabalho para apontar soluções sobre o que vai acontecer com as principais hidrelétricas que pertencem ao governo federal depois de 2012. O novo modelo do setor elétrico brasileiro estabeleceu que as atuais geradoras que pertencem à União - como as da Chesf, Furnas e Eletronorte - são exploradas por uma concessão que vai até 2012. Funcionários do alto escalão do governo federal já chegaram a falar em fazer licitações para as empresas disputarem a operação dessas geradoras. No entanto, não foi tomada qualquer decisão. “Essa é uma questão emergencial. Vamos tomar uma posição pública em função do trabalho que será apresentado por esse grupo”, afirmou.