BRASÍLIA (Reuters) - O Senado elegeu nesta terça-feira os 15 integrantes do Conselho de Ética, mas a ausência da base aliada no que seria a sua primeira reunião impediu a instalação do colegiado. Em resposta, a oposição ameaça obstruir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no Congresso até que o impasse seja superado.
O início dos trabalhos do Conselho de Ética é essencial para a tramitação da representação e das denúncias por quebra de decoro parlamentar contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele enfrenta acusações por supostas irregularidades na administração da Casa e outras suspeitas, como o desvio de recursos da Petrobras por meio da Fundação José Sarney.
"O PMDB quer o comando e nós não queremos aceitar. Enquanto o conselho não for instalado, não tem LDO. É pressão de lá, é pressão de cá", disse a jornalistas o senador Demóstenes Torres
(DEM-GO).
Cotado para presidir o Conselho de Ética, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) negou que esteja sendo rejeitado por parte da base aliada.
"Eu sou praticamente unanimidade, do governo à oposição", comentou.
Além de Demóstenes Torres e Antonio Carlos Valadares, são integrantes titulares do conselho Heráclito Fortes (DEM-PI), Eliseu Resende (DEM-MG), Wellington Salgado (PMDB-MG), Almeida Lima (PMDB-SE), Gilvam Borges (PMDB-AP), Paulo Duque (PMDB-RJ), Marisa Serrano (PSDB-MS), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Gim Argello (PTB-DF), João Durval (PDT-BA), João Pedro (PT-AM), João Ribeiro (PR-TO) e Inácio Arruda (PCdoB-CE).
O GLOBO
(Texto de Fernando Exman)