Bebê de grávida que morreu no RS não tem sintomas da doença, diz secretário
20/7/2009
Parto ocorreu dois dias antes da morte da mãe.
Transmissão de grávidas para filhos é possível.
O filho da mulher de 36 anos que morreu de gripe A em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, não apresenta sintomas da doença, segundo o secretário de saúde da cidade, Luiz Augusto Schneider. O bebê nasceu dois dias antes da morte da mãe. O exame para a gripe não foi realizado, segundo o secretário, por que o bebê não aparenta estar doente.
A mulher estava grávida de oito meses quando apresentou os sintomas da gripe A. Com o agravamento do caso, seu médico decidiu por uma cesariana para retirar o bebê. “A criança goza de boa saúde, não apresenta sintomas. Ela ficou um tempo na UTI neonatal por ser oito dias prematura, mas no momento está bem”, afirmou o secretário Luiz Augusto Schneider. “Não foi feito exame para confirmar se tem ou não a nova gripe, apenas exames de sangue convencionais. Não tem quadro virótico”, disse ele.
A mãe trabalhava no comércio informal, segundo Schneider, e costumava viajar para Buenos Aires – um dos países mais afetados pela doença -- para fazer compras.
Segundo médicos ouvidos pelo G1, a transmissão do vírus de mãe para filho é possível, mas isso não significa necessariamente que a criança corre risco de vida.
“A transmissão pode ocorrer tanto durante a gravidez quanto na hora do parto”, explica o infectologista da Unifesp Paulo Olzon. “Isso não significa, no entanto, que se a mãe teve um caso grave, o bebê terá um caso grave. Uma coisa não tem a ver com a outra. A criança pode apresentar sintomas leves, por que a maioria dos casos é bastante leve”, explica Olzon.
Antônio Baroni, do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirma que se uma criança for infectada pela mãe, os médicos vão passar o medicamento imediatamente. “Os médicos têm condições de passar o remédio para o bebê com rapidez, para iniciar o tratamento o mais rapidamente possível”, explica.