NE NOTÍCIAS reproduz a seguir parte da entrevista concedida por Edvan Amorim ao jornal Correio de Sergipe, edição deste domingo, 1/2/2009:
"Jackson é um político de conveniência"
CORREIO DE SERGIPE: Em primeiro lugar, o deputado federal Jackson Barreto disse que não engole alguns liderados pelos irmãos Amorins, como o deputado estadual André Moura (PSC), por exemplo. Qual a sua avaliação desta declaração?
EDVAN AMORIM: Quando ele diz que não engole muitos do grupo de Amorim, eu quero dizer que engulo todos do grupo dele. Na sua grande maioria, inclusive, eles têm compromisso político com o meu grupo. Muitos prefeitos e muitas lideranças ligadas ao PMDB de Jackson Barreto em várias ocasiões vêm ao meu gabinete tratar das eleições de 2010. São pessoas queridas minhas e que sempre serão bem-vindas. Eu quero deixar claro para ele (Jackson) que o nosso grupo é muito coeso e unido e, quando alguém não aceita um de nós, ou ele "engole" a todos ou não se dá bem com ninguém.
CS: Jackson também polemizou dizendo que alguns de seus liderados representam na política sergipana aquilo que ele sempre ajudou a combater. O que o senhor acha desta provocação?
EA: Jackson falou naquela entrevista em corrupção, malandragem e em moralidade. Em primeiro lugar, nós entendemos que se deve dar todos os direitos de defesa até a última instância. Quando Jackson foi deposto da Prefeitura de Aracaju, isso ocorreu por suspeita de corrupção. Ainda hoje, após vários e vários anos, ele responde por estes processos. Ele deixou a PMA com a imagem de um péssimo administrador e que não zelava pelo erário público. Tanto o é que seu mandato está colocado em risco já que o ministro do TSE, Joaquim Barbosa já está para colocar em votação o processo movido pelo Ministério Público Eleitoral pedindo o indeferimento do registro de sua candidatura.
CS: O deputado federal Jackson Barreto falou também que se deve dar espaços para as novas gerações, numa crítica direta ao candidato a presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB/AP). O que o senhor acha?
EA: Me parece aí que há algum desencontro. Jackson Barreto está trabalhando com a política há mais de 30 anos e ainda quer outro mandato. É um direito dele, mas não conheço nenhuma geração nova a qual ele pertence de políticos. O nosso grupo sim, que é novo e tem apenas dois anos e meio de formado.
CS: Jackson disse que perdeu a eleição de 1994 para Albano Franco (PSDB) porque a "mala-preta" correu naquele ano. O senhor também entende que tomaram aquela eleição dele para o governo?
EA: Eu me lembro muito bem que, em 1998, Jackson estava em sua residência fazendo caldo de cana e, como a máquina precisa de energia para funcionar, ele tomou um "choque elétrico". Eletrocutado, parece que o caldo de cana não fez bem a ele e, ainda zonzo, ele candidatou-se ao Senado da República deixando o governo do Estado de lado, e a mala-preta não resolveu o problema dele. Jackson Barreto costuma dizer que em suas eleições ele não gasta dinheiro, mas eu tenho vários amigos que sempre financiam as campanhas dele.
CS: Então Jackson Barreto faz política enganando as pessoas?
EA: Jackson tem que parar de falar mal das pessoas. Eu já o vi falar mal de Benedito Figueiredo (PMDB), de Jorge Alberto (PMDB), João Augusto Gama (PMDB), Marcelo Déda (PT), Valadares (PSB), João Alves Filho (DEM), Maria do Carmo (DEM), José Carlos Machado (DEM), Albano Franco (PSDB), ou seja, quando é conveniente Jackson Barreto fala mal das pessoas, assim como já o vi falando bem destes políticos todos. Ele não agrega tanto que, mesmo com pouco tempo nós temos vários deputados na Assembleia que compõem o nosso grupo, mas ele, com mais de 30 anos de vida pública, parece não ter nenhum aliado naquele Poder.
CS: E o que teria motivado este súbito ataque de Jackson Barreto ao grupo do PSC/PR?
EA: O que mais incomoda a ele é o crescimento e a consolidação do nosso grupo. Mas é bom frisar que os tempos mudam e Jackson está parecendo querer ser a "última coca-cola do deserto", porém ele esquece que mesmo sendo uma coca-cola, ele tem prazo de validade e eu acho que o dele já está vencido.
FONTE: CORREIO DE SERGIPE apud NE NOTÍCIAS