...está decidido que ele ficará no litoral. Os alvos são Pernambuco, Bahia, Alagoas e Sergipe...

Pacto por redução de emissões na geração estimula central no Nordeste

Ganha cada vez mais força o projeto da Central Nuclear do Nordeste, que prevê a construção de um par de usinas de mil megawatts na região até 2030. É que a Eletrobrás, holding das estatais do setor elétrico, assinou com outras 12 gigantes do setor no planeta um pacto para zerar a emissão de gases do efeito estufa na produção de energia. No documento, as usinas nucleares, assim como as hidrelétricas, são citadas como exemplos de baixa emissão.

Para a reunião — que antecedeu o encontro de líderes do G-14, mês passado, na Itália — foram convidadas as maiores empresas do G-8, além de Brasil, China, África do Sul e México. Só a State Grid Corporation of China não foi ao encontro nem assinou o acordo. José Antonio Muniz, presidente da Eletrobrás, assinou pela estatal: — Ficou claro nesse encontro que a energia nuclear virou vedete do setor. Os resíduos, velha preocupação, hoje são vistos como reserva estratégica, porque o reaproveitamento é uma realidade.

É nesse cenário que o complexo nordestino, que pode chegar a seis usinas, ganha importância. A Eletrobrás, via Eletronuclear, está conduzindo estudos técnicos para escolher a área que abrigará o projeto. Como a central exige uma oferta grande de água, está decidido que ele ficará no litoral. Os alvos são Pernambuco, Bahia, Alagoas e Sergipe. O primeiro saiu na frente: já tem pronto um relatório da agência de desenvolvimento local recomendando a atração do investimento. Semanas atrás, o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), enviou carta ao ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, pedindo que o estado abrigue uma usina.

— Essas demonstrações são importantes porque, além da análise técnica, a escolha envolve componentes políticos.

A decisão é do governo, mas é bom quando a sociedade dá sinais de apoio a um projeto desse tipo — diz Muniz.

O Globo -  Negócios & Cia :: Flávia Oliveira