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A Nojeira de Edvaldo

26/7/2009

O pré-candidato ao governo Nilson Lima sentiu o gostinho de estar na oposição num estado comandado pelo seu ex-chefe Marcelo Déda.

Na quinta-feira, pouco antes do evento promovido na Assembléia pelo PPS para recebê-lo como novo membro, a máquina administrativa da prefeitura de Aracaju mostrou “serviço”. Sob o olhar espantado de convidados e do presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, fiscais do município arrancaram as faixas comemorativas e de boas vindas fixadas nos limites do prédio do Legislativo.

O líder histórico dos comunistas de Sergipe Wellington Mangueira tentou argumentar com o chefe da “operação” que o evento era político e estava marcado com antecedência. Mas desistiu depois de um curto e grosso “Cumpro ordens, doutor”.

Após a festa na Assembleia, a alta cúpula do PPS seguiu para um restaurante chique da cidade, onde ocorreria a refrega etílica e gastronômica típica de comemorações do porte. Tal não foi a surpresa quando minutos depois Marcelo Déda, acompanhado do “secretário” Edvaldo Nogueira, chegou ao local.

Ex-colegas de parlamento, Roberto Freire foi à mesa do governador cumprimentá-lo. Não reconheceu o prefeito.

Contou Roberto Freire ao jornalista Carlos Batalha (“Batalha na TV”, TV Cidade, 23/07): “Não foi deselegância ou atitude de ressentimento pela maldade com as faixas, mas é que ele (Edvaldo Nogueira) estava tão bem vestido que eu sinceramente não o reconheci. Aproveitei a oportunidade e falei sobre o ocorrido. Para minha surpresa, dedo em riste, o prefeito disse que a ordem partira dele próprio, que faria tantas vezes fosse necessário e que tiraria até faixa homenageando o presidente Lula (da Silva) se estivesse irregular, quanto mais minha ou de Nilson Lima”.

Opa, calma lá. Eu não entendi muito bem... Edvaldo Nogueira mandaria tirar da Assembléia uma faixa em homenagem ao compadre-presidente?

    Pausa rápida. Comento essa pérola na seqüência, pois não posso ignorar a tal “elegância” do prefeito comunista. Reparou que depois do noivado com a herdeira milionária, Edvaldo Nogueira virou outro. Trocou a cachaça por vinhos caros, o botequim por refinados restaurantes e assumiu um look metrosexual, bem semelhante ao do chefe maior. O visual casual dos surrados jeans e camisas pólo deu lugar a ternos bem cortados, cabelos aparados, barba alinhada, unhas feitas, perfumes sofisticados... Nada contra, afinal o dinheiro do comunista-burguês é dele e ele gasta como quiser. Mas é uma mudança inesperada, quase surreal! Opa, eu já estava esquecendo um “detalhe” pequenino: estamos no governo das mudanças, mudanças gente, mudanças...

Voltando à história das faixas. Edvaldo Nogueira é um grande loroteiro. Ele não teria tamanha ousadia. Digo mais, ele não teria coragem de mandar retirar uma faixa de louvor ao Todo Poderoso, mesmo se o evento não tivesse a presença dele, o presidente. É conversa para boi dormir.

Na condição de destacado “secretário” do governo Marcelo Déda, o prefeito comunista quis apenas lambuzar com litros de saliva o requisitado saco escrotal do chefe maior. Está claríssima a intenção de Edvaldo Nogueira no episódio: simplesmente “melar” o evento de Nilson Lima para agradar o “número um”, sabidamente um cidadão que não morre de amores por Nilson Lima. Vá lá, com alguma razão...

Ontem pude comprovar como a maldosa deselegância de Edvaldo Nogueira mexeu com Céus e Infernos. Numa entrevista a Fabiano Oliveira (“Arretado”, FM Sergipe), até o enigmático e eternamente “em cima do muro baixo” Albano Franco saiu em defesa do deputado socialista: “Todo mundo sabe que eu nunca fui comunista. Pelo contrário, sou cristão de muita fé. Mas ele (Roberto Freire) é alguém cuja história de luta pela democracia no Brasil merece todo nosso respeito. Foi um ato pequeno (do prefeito)”.

A deselegância quase nunca é vil. Porém, quando se associa à maldade, estraga qualquer ambiente! Edvaldo Nogueira abusou do requinte de incivilidade. Foi medieval e cavalarmente deseducado. Tudo para não perder a oportunidade de babar...

É... esquece isso, Edvaldo. Nojeira pouca é bobagem!

Fonte:  David Leite

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Domingo, 25 de Julho de 2009 – 00h05