Apesar de a Secretaria de Estado da Saúde ainda não saber se o vírus da nova gripe já circula em Sergipe, diversos setores da sociedade começam a tomar as primeiras precauções. Na rede pública e particular de ensino, professores estão recebendo informações para que possam identificar os sintomas e orientar alunos e pais. Algumas escolas particulares de Aracaju enviaram comunicado aos pais, solicitando que não levem os filhos para a aula se estivem gripados. Já a Arquidiocese de Aracaju ainda não expediu nenhuma recomendação específica para os fiéis, como já aconteceu em São Paulo. Nas farmácias, está em falta o álcool em gel de 100 ml, utilizado para limpar as mãos e fácil de carregar na bolsa.
Na última sexta-feira, o secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho, esteve reunido com o da Educação, José Fernandes de Lima, para discutir as medidas a serem tomadas nas escolas da rede. Rogério pediu o apoio da Seed no sentido de comunicar aos diretores de escolas que orientem pais e alunos que permaneçam em casa quando apresentarem qualquer sintoma de gripe. Para ele, essa é a melhor maneira de evitar o contágio e a disseminação da doença.
“Essa reunião foi muito importante. Para o bom desempenho do aluno em sala de aula é preciso que ele esteja saudável e bem disposto. Não podemos cruzar os braços diante da nova gripe que chegou ao país. Agora é o momento de encarar e partir para a luta. A informação é fundamental para combater e evitar a proliferação do vírus. Vamos começar a informar nossos alunos e professores sobre como evitar a contaminação e acerca dos cuidados que devem tomar ao primeiro sinal de gripe”, declarou Lima.
As aulas nas escolas da rede municipal de Aracaju só começam na segunda semana de agosto, mas a Secretaria de Educação já está preparando um material para ser entregue aos professores. Segundo a Assessoria de Comunicação da Semed, os professores receberão um informativo sobre a nova gripe para que fiquem atentos aos alunos com sintomas e como orientar as famílias. A Semed também entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para que promovam ações articuladas.
A direção do colégio Amadeus reuniu os professores de Ciências, no último sábado, e pediu que o assunto seja abordado nas aulas, dando ênfase à prevenção. “Os professores estão falando sobre os cuidados que devem ser tomados, como não compartilhar o mesmo copo, evitar locais fechados e de grande público e também não ir a escola ao surgimento de qualquer sintoma.
Também estamos preparando uma carta de esclarecimento aos pais”, informou Joaquim Machado Barreto Menezes Filho, sócio-proprietário de uma escola particular com 1.800 alunos.
Assim que iniciou as aulas neste segundo semestre, a direção do colégio Jardins também enviou aos pais, comunicado esclarecendo sobre a gripe H1N1 e solicitando também que os alunos com gripe e com sintomas de gripe não fossem enviados à escola. A medida segue as recomendações do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, aprovadas pelo Grupo Executivo Interministerial (GEI), integrado por representantes de 16 órgãos do Governo Federal.
Nas farmácias, o álcool em gel de 100 ml está em falta. “Por causa mesmo dessa gripe, há cerca de 15 dias, consultei várias distribuidoras, mas nenhuma tinha o produto. A procura pelo frasquinho de álcool em gel está sendo grande”, comentou Edson Rabelo, proprietário de uma rede de farmácias. A assistente social Ana Dória vai viajar domingo para o Espírito Santo e procurou o álcool para levar na bolsa. “Passei em três farmácias e não encontrei. Vi em uma reportagem um médico falando que é bom higienizar as mãos várias vezes ao dia para evitar o contágio”, explicou.
Igreja
Para o bispo auxiliar da Arquidiocese de Aracaju, Dom Henrique Soares, ainda não há motivos para alardes, porém os fiéis podem escolher se recebem a hóstia consagrada na boca ou na mão. Em São Paulo, por conta do avanço da doença, a Arquidiocese recomendou às paróquias que seja evitado o contato direto entre os fiéis. O Pai Nosso não é mais rezado de mãos dadas, a hóstia é entregue nas mãos e os padres não compartilham mais o vinho no mesmo cálice. Todas as medidas foram tomadas para evitar a transmissão do vírus da nova gripe.
A doença
A Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória aguda e altamente contagiosa. Embora tenha sido batizada como ‘gripe suína’, não há evidências de que esse novo subtipo de vírus tenha acometido porcos. Portanto, não há risco no contato e consumo de produtos de origem suína.
Assim como a gripe comum, a nova gripe é transmitida, principalmente, por meio da tosse, espirro e de secreções respiratórias de pessoas infectadas. Por isso, ao tossir ou espirar deve-se utilizar lenços descartáveis, as mãos devem ser limpas com sabonete e água ou álcool várias vezes ao dia e é melhor evitar os cumprimentos com beijinhos e abraços.
Os principais sintomas são febre alta repentina, superior a 37,8º C, tosse, dores de cabeça, musculares e nas articulações. Deve-se ficar atento para a presença de falta de ar. Os sintomas podem ser confundidos com o de uma gripe comum. Por isso, quem viajou recentemente para países onde a incidência da doença é maior, como Argentina e Chile, e ao regressar apresentar os sintomas, deve procurar imediatamente o serviço de saúde. A referência em Sergipe é o Hospital João Alves Filho.