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Crack é droga mais consumida no estado de Sergipe

10/8/2009

No estado 75% das infrações cometidas por menores de idade estão relacionadas a droga
O crescimento do consumo de crack no Nordeste e as consequências de um vício que especialistas já consideram como um problema de saúde pública é tema de uma séria de reportagens que começou a ser exibida nesta segunda-feira (10) no NETV 1ª Edição.

Sergipe, estado onde o crack já é considerado a droga mais consumida entre os dependentes químicos, foi o local da primeira matéria. Lá a ligação entre o vício e a criminalidade é admitida até por quem usa a substância.

"Eu já roubei casa lotérica, já roubei casa, apartamento, mansão", disse um garoto. "Ficava com raiva aí eu ia e roubava. Ia e voltava como o vento e nem o segurança conseguia me ver", disse outro adolescente viciado na droga.

"O consumidor quando não tem acesso a droga faz qualquer coisa para consegui-la. Por isso que aumentam os furtos, os roubos  e os homicídios", explicou o superintendente da Polícia Civil de Sergipe, João Batista.

A compulsão leva o dependente ao desespero e a uma escalada no crime. Um desses casos foi o de um adolescente que por causa de uma dívida de R$ 70 assassinou brutalmente o avô que tinha quase 90 anos.

A prostituição também é um dos caminhos para muitas adolescentes viciadas na droga. “Minha vida está sendo destruída, estou me acabando aos poucos nela", foi o desabafo de uma garota de 13 anos viciada em crack há dois anos. Ela admite que se prostitui para conseguir dinheiro para comprar a droga. "O programa é R$ 40".

CONSUMO

De acordo com a promotora de Justiça de Sergipe, Conceição Figueredo, o crack, que já está em todas as camadas da sociedade, é consumido cada vez mais cedo. "Ele está em toda a sociedade, em todos os níveis, segmentos e assustadoramente em faixas etárias cada vez menores. Tenho encontrado meninos de 8, 9 anos já envolvidos com o crack no interior do estado e na capital", disse.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Ministério Público de Sergipe, 70% dos atos infracionais registrados em Sergipe, relacionados a jovens, estão associados às drogas. O dado alarmante está refletido nas instituições que cuidam de menores que cumprem pena privativa de liberdade. Só em Sergipe, 65% se declararam usuários de crack. "O crack que me colocava para roubar. Batia na cabeça de roubar e eu roubava", admitiu um garoto.

No Centro de Atendimento ao Menor, em Aracaju, as histórias são parecidas. Aos 17 anos um rapaz foi apreendido por assalto e outro jovem de 14 anos foi apreendido pela segunda vez por furto. O final mais provável dessa história é conhecido por todos os que se envolvem com a droga. "Só a morte e a cadeia", como disse um deles.


Da Redação do pe360graus.com

Foto: Reprodução TV