Durante a entrevista, Gilson Nascimento, cantarola trechos de composições e fala sobre sua trajetória na música, que por vezes, se confunde à sua história de vida. “Minha primeira marchinha foi composta aos 13 anos, durante minhas férias no Povoado Lagoa Funda, em Gararu, enquanto eu me divertia ao som de sanfonas, pandeiros e agogôs, nas festas de Carnaval do povoado”, recorda o médico/cantor. Ele conta que aos 15 anos, ganhou seu primeiro violão, fato que impulsionou o processo de criação das canções.
Com a criatividade poética peculiar aos compositores de marchinhas de fácil memorização e de ritmo repetitivo, Gilson, ainda na juventude, enveredou pelos festivais de música. “Sempre participei de festivais de música, com composições próprias, sendo inclusive vetado em um evento durante a Ditadura Militar, em 1969, por considerarem que a letra das minhas músicas tinha conteúdo impróprio” relembra o cantor.
A conclusão do curso de Medicina na UFS levou Gilson Nascimento a exercer a profissão, mas sem abandonar seu hobby predileto. À composição de músicas surgiu outra vontade: “meu desejo era que interpretassem minhas músicas”, relata. Contudo, as sucessivas investidas de que gravassem suas composições fracassaram e em 1995, surgiu a oportunidade de gravar o primeiro CD.
“Tempero do Amor” foi lançado em 1996, com músicas de forró, que tiveram certa repercussão, como o “Forró da Gaguinha”. Dois anos depois, Gilson Nascimento gravou “Forró Apimentado – Um médico no forró”. Já em 2001, o cantor lançou seu terceiro álbum intitulado “Medo de Amar”, com um estilo mais romântico.
Depois disso, o cantor seguiu produzindo trabalhos avulsos, principalmente jingles comerciais e políticos, participou do festival de música em homenagem aos 150 anos de Aracaju, com a composição “17 de Março”. E mais recentemente ganhou espaço na mídia, notadamente nas rádios, com a marchinha em homenagem ao Clube Confiança.
Com a repercussão do CD de marchinhas carnavalescas, Gilson Nascimento já tem destino durante o Carnaval: “a música ‘Recife, Galo e Folia’ está tocando muitos nas rádios de Recife e eu já recebi o convite para viajar para aquela cidade”. Embora, Gilson esteja muito satisfeito com o sucesso do CD em outro estado, ele demonstra insatisfação ao se referir a falta de valorização local. “Compus uma marchinha em homenagem ao município de Neopólis, mas o prefeito da cidade não demonstrou interesse em fazer da música um hino do carnaval”.
Sobre projetos futuros, o cantor afirma que já possui dois CDs prontos e um infantil em fase de produção, além de também já estar trabalhando na divulgação de um hino ao seu time de coração, o Sergipe.
Fonte: Infonet