A Petrobras Biocombustível firmou ontem um convênio com o Banco do Brasil para garantir financiamento de R$ 90 milhões a 60 mil produtores familiares de mamona, soja e girassol de Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia e Sergipe. A produção abastecerá as usinas de biocombustíveis da estatal em Quixadá (CE), Candeias (BA) e Montes Claros (MG).
O presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto, disse que o acordo com deve "estabilizar" o suprimento de matéria-prima. "Isso facilita o plantio, dá mais capacidade produtiva, garante a compra da produção e a assistência técnica aos produtores", disse. Os contratos do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf), que podem oferecer de R$ 5 mil a R$ 40 mil por produtor, terão duração de até cinco anos. "Isso deve facilitar ao banco a concessão de crédito", disse o vice-presidente de Negócios Internacionais e Atacado do BB, Allan Toledo.
A empresa prevê a geração de 40 mil toneladas anuais de óleo para mover suas usinas e a integração de oito mil famílias às 52 mil atuais produtoras. Hoje, ela consome 174 milhões de litros de óleo/ano. A medida deve estimular o plantio de 120 mil hectares de matérias-primas para biocombustíveis. As propriedades devem ter média de dois a três hectares. A Petrobras reforçará a aposta em novas matérias-primas - algodão, canola, girassol e mamona -, como opção à dependência da soja.
VALOR - Mauro Zanatta, de Brasília