FORTALEZA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Fortaleza, que caberá à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, após ser consagrada candidata do PT à sucessão presidencial, escolher quem será o vice. A informação foi dada ao radialista cearense Paulo Oliveira, da emissora de rádio Verdes Mares AM, a quem Lula concedeu entrevista exclusiva logo depois de desembarcar na Base Aérea de Fortaleza.
Em seguida, o presidente seguiu para a cidade de Sobral, no norte cearense. Ao ser perguntado pelo radialista sobre uma possível dobradinha entre o deputado federal cearense, Ciro Gomes (PSB-CE), e Dilma, Lula afirmou que estava proibido de falar sobre esse tema, mas não se recusou a retratar o momento pré-eleitoral.
“Nós estamos entrando numa fase importante, ou seja, em que os candidatos começam a se apresentar. Eu acho que lá pra março ou abril do ano que vem já teremos os nomes praticamente definidos. Nós não sabemos quais os partidos que vão ter candidato. O PT apresentou a Dilma. O PSB vai apresentar o companheiro Ciro Gomes. Estou ouvindo dizer que a Marina (Silva) vai sair pelo PV. Não sei se Heloísa Helena sai candidata. O PSDB está discutindo Serra ou Aécio. Não sei se o DEM vai ter candidato. As coisas estão caminhando”, afirmou, acrescentando: “Se a Dilma for consagrada como candidata, ela é quem vai ter que escolher o vice junto à sua base aliada. Se eu já escolhi uma candidata e ainda vou escolher o vice, imagina o que vão ficar dizendo”, brincou Lula.
Na avaliação dele, o Brasil está vivendo um momento político “rico”. “Se a disputa se der entre Ciro e Dilma, ou se a disputa se der entre Marina, Dilma e Ciro, eu acho que já é um avanço extraordinário para o Brasil. O que nós precisamos é fazer o povo brasileiro compreender que você não pode arriscar a votar em alguém que não dê continuidade às coisas que estão sendo feitas neste país”, comentou.
PT X AÉCIO
Ontem, petistas reagiram às críticas do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), que no dia anterior cobrou uma “ação mais consistente” do governo federal no Estado e acusou a Casa Civil de “descaso” em relação à proposta de uma Parceria Público-Privada (PPP) para ampliação do metrô de Belo Horizonte. Para José Eduardo Dutra, candidato a presidente nacional do PT, o governador mineiro surpreendeu ao adotar um discurso mais eleitoral. “Parafraseando aquela história do gato que subiu no telhado, eu diria que o governador subiu no palanque. O risco é que possa acontecer o mesmo que aconteceu com o gato (que na piada original, cai do telhado)”.
JORNAL DO COMÉRCIO