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Tratamento de inflamação de próstata com antibiótico pode mascarar câncer

11/9/2009

Pesquisa premiada da Unicamp mostra que uso de antibióticos pode retardar o diagnóstico de câncer.

Médicos brasileiros descobriram que um procedimento muito comum, feito em todo o mundo, pode mascarar o câncer de próstata. É uma descoberta tão importante que foi premiada em um congresso nos Estados Unidos.

A pesquisa da Universidade Estadual de Campinas mostrou que os antibióticos, usados para tratar inflamações na próstata, podem mascarar a existência de um câncer. Os médicos defendem mudanças no tratamento e pedem que os homens deixem de lado alguns preconceitos.

Os números são preocupantes. Um em cada seis homens vai ter câncer de próstata, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Mesmo assim, o exame preventivo é ignorado pela maioria.

“Tenho 76 anos e nunca fiz, porque nunca senti nada", diz um senhor.

"Nunca fiz exame de toque, nem pretendo. É preconceito", admite um homem

Exames anuais poderiam reduzir o número de casos de câncer de próstata. O mais conhecido é o PSA, feito com amostra de sangue. Quando a proteína é produzida em maior quantidade pela próstata é o alerta para os médicos partirem para uma investigação mais detalhada.

"Os níveis elevados de PSA podem identificar três problemas: crescimento que a próstata apresenta com a idade, do envelhecimento. Outro é uma infecção ou inflamação prostática e o terceiro problema que o PSA pode sugerir é o câncer de próstata, que é o que a gente se preocupa", explica o urologista Rafael Stopiglia.

Quando o nível do PSA está alto, normalmente os médicos receitam antibiótico durante um mês. Se o PSA diminui, o paciente é liberado e só volta dali a seis meses ou um ano para acompanhamento. Uma pesquisa da Unicamp revela que esse procedimento médico muito comum está equivocado. Os antibióticos que reduzem o PSA podem mascarar a presença de um câncer e prejudicar o diagnóstico precoce.

O estudo brasileiro premiado no maior congresso americano de urologia foi realizado com 200 pacientes entre 50 e 75 anos. Eles receberam antibióticos para a redução do PSA, e ao final do tratamento passaram por uma biópsia, a retirada de um pedaço do tecido para análise.

"Identificamos que mesmo nesses pacientes que apresentaram uma diminuição do PSA após o uso de antibióticos, 30% desses pacientes podem ter o câncer de próstata. O conceito é que os antibióticos mascaram um câncer que será visto mais para frente”, afirma o urologista Rafael Stopiglia.

A pesquisa reforça que o exame de PSA continua sendo importante. Mas recomenda uma reavaliação dos procedimentos médicos.

"Aguardar um mês, no máximo três, para uma nova dosagem de PSA. Se essa dosagem continuar alta, aí sim ter a conduta de rotina, provavelmente a indicação de uma biópsia para detecção do tumor”, sugere o urologista Rafael Stopiglia.

Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia revelou que os homens resistem mesmo a procurar um médico. Os urologistas descobriram que metade dos homens que foram a uma consulta, só o fizeram porque foram obrigados pelas mulheres.

Fonte: Bom Dia Brasil

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