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‘Decisão é do presidente da República e de ninguém mais’, diz Lula sobre caças

11/9/2009

Governo francês fez a única oferta concreta sobre aviões, afirma Lula.
Brasil negocia a compra de caças para reaparelhar a Força Aérea.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou nesta sexta-feira (11) a polêmica em torno do projeto de reaparelhamento militar brasileiro que prevê, entre outras ações, a compra de caças supersônicos para a Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo Lula, o governo ainda está em processo de negociação com os fornecedores que participam da concorrência internacional: França, Estados Unidos e Suécia. O presidente disse, no entanto, que a “única proposta concreta” que recebeu até o momento veio do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

“É importante que os fornecedores estejam oferecendo cada vez mais possibilidades. Mas uma coisa está clara. Queremos transferência de tecnologia e queremos construir esses aviões no Brasil. O presidente Sarkozy, até agora, foi o único presidente que disse textualmente que quer transferir tecnologia e fazer o avião aqui”, disse Lula. “Isso é a única coisa concreta que eu tenho. Se alguém quiser ofertar mais, que oferte. Negociação é assim”, concluiu.

O presidente também afirmou que o acordo com a França permitiria ao país comercializar os aviões produzidos. “O Brasil vai ter disponibilidade para vender o avião produzido aqui em toda a América Latina”, relatou.

Sarkozy tenta vender ao Brasil o caça Rafale, da francesa Dassault, já os EUA oferecem o F-18, da Boeing, e a Suécia tenta emplacar o Gripen, da sueca Saab. Das três propostas em estudo pelo governo, segundo Lula, apenas a França aceitou transferir a tecnologia de desenvolvimento dos aviões para o Brasil. O presidente afirma que as negociações ainda estão acontecendo. Nesta quinta-feira (10), os EUA apresentaram nova proposta aos militares brasileiros.

Em nota divulgada nesta tarde, a FAB afirma que está encarregada da análise técnica das propostas e diz que caberá ao presidente a decisão final. Mais cedo, o próprio Lula chamou para si a decisão. “A FAB tem o conhecimento tecnológico para fazer a avaliação e vai fazer. Agora, a decisão política e estratégica (sobre a compra) é do presidente da República e de ninguém mais”, disse Lula.

Na segunda-feira (7), Lula e Sarkozy emitiram comunicado conjunto em que revelavam a abertura de negociação para a compra pelo governo brasileiro de 36 caças Rafale e pelo lado francês de 10 aviões de transporte KC-390, projeto em desenvolvimento pela Embraer. Na terça-feira (8), no entanto, o Ministério da Defesa emitiu nota afirmando que a concorrência internacional para compra dos aviões de combate continuava aberta.

Robson Bonin
Do G1, em Brasília