O grupo estrangeiro que pretende instalar no Estado a Refinaria Atlântico Sul de Sergipe vai retomar as ações de viabilização do projeto ainda este ano, provavelmente dentro de 30 ou 40 dias. As atividades tinham sido interrompidas por conta da crise econômica internacional, que induziu os empresários a reduzirem os investimentos em todo o mundo. A informação foi prestada ontem com exclusividade para o JORNAL DA CIDADE pelo advogado do empreendimento, Maurício Ribeiro.

A última ação da RAS-SE no Estado foi a solicitação do termo de referência da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) para produzir o relatório de impacto ambiental e a licença prévia para se instalar no local. Segundo Maurício Ribeiro, o grupo voltará a manifestar o seu interesse em se estabelecer em Sergipe logo em breve. “No momento, os dirigentes estão conversando com fornecedores, produtores de equipamentos, discutindo mão-de-obra e tecnologia para a viabilização do projeto e financiamento”, disse Ribeiro.

O projeto já foi aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe, Jorge Santana, a refinaria deverá ser instalada no município de Barra dos Coqueiros, em uma área de aproximadamente 300 hectares em Barra dos Coqueiros, próxima ao Porto e dentro do espaço que seria destinado ao Pólo Cloroquímico. A área é de propriedade da Companhia de
Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe (Codise).

Para garantir a viabilidade do projeto originalmente orçado em R$ 3 bilhões (todos os gastos), o terreno será vendido pela Codise à refinaria a preço de mercado. A transação estava bem encaminhada, dependendo de retomada do ritmo normal do projeto. Conforme ele, a demora para o início das obras deveu-se a mudanças no quadro societário da RAS-SE, que é formado por empresários britânicos, espanhóis, brasileiros e do Golfo Pérsico, tendo como principal investidor o espanhol Ignacio Silva. A inauguração estava prevista para 2013, mas deve sofrer alteração.

A RAS-SE quer produzir diesel com baixos teores de enxofre, lubrificantes e nafta, de acordo com o que afirmou à Bloomberg (agência de notícias e emissora de TV que atua no segmento econômico) o diretor operacional da empresa, David Wood. A empresa estaria negociando com a Petrobras e outras companhias de petróleo do Brasil e da África a compra de petróleo bruto para refino. A refinaria pretende atender os mercados dos Estados Unidos e Europa com diesel. Os sócios já estão buscando os recursos no exterior e pedirão também o apoio financeiro do BNDES.

Eugênio Nascimento
Fonte: Jornal da Cidade