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Opinião do Cinform - A negação de Piranema

16/9/2009

A Petrobras não é clara. Ela não explica o porquê de a produção de petróleo do Campo de Piranema, no mar de Sergipe ao Sul de Estância, nunca ter chegado aos 30 mil barris diários como prometido desde sua inauguração, e nem mesmo o motivo da queda para pouco mais de dois mil barris diários. A propaganda governamental apontava que Sergipe se transformaria num Oriente Médio na produção de petróleo, que o governador Marcelo Déda seria uma marajá do óleo precioso e Sergipe viveria segundo Eldorado. Não é exagero. Imagine que, com a promessa de 30 mil barris/dia, o Estado quase que dobraria sua produção. Ou seja, sairia dos 41 mil barris/diários e ganharia mais 30 mil, no ápice da plataforma bilionária industrializada na Europa.

Mas nada disso vem acontecendo, o que dá margem para todas as desconfianças do prefeito de Estância, Ivan Leite, um nome do PSDB, que, munido de documentos oficiais, notou que em outubro de 2007 a produção inicial era 6,5 mil barris por dia e cresceu até julho de 2008, atingindo a marca de 11,7 mil barris – mesmo assim, quase um terço do prometido. O sonho real de a produção chegar a 30 mil como era esperado começou a degringolar no segundo semestre do ano passado, que terminou com 5 mil barris. Neste ano a produção caiu para 2,4 mil barris. Uma vergonha!

A acentuada queda da produção não só assusta ao prefeito, que vê em tempos de crise a arrecadação do município declinar, como também reflete no todo que o Estado recebe de recursos. Daí Ivan Leite chegar a imaginar que a Petrobras quer retirar a plataforma da região do Abaís para levar a outros poços da moda, a exemplo dos que estão sendo abertos no Espírito Santo e Santos, SP, deixando para o futuro uma exploração que atinja 30 mil barris de petróleo como prometido. Sim, porque a única dúvida que não há é que haja óleo e gás na superfície do mar estanciano.

A Petrobras chegou a sair com uma nota, mas apenas para dizer que haveria a retomada da produção neste mês, mas projetado 10 mil barris diários, ou seja, cerca de 30% do previsto – o prefeito Ivan Leite acha uma brincadeira de mau gosto. Desta história toda só não é admissível é que a estatal esteja fazendo política, cismada com a opção tucana do prefeito, deixando para que daqui a três anos os poços Piranema jorrem com todo petróleo que tem capacidade. Por que daqui a três anos? Será depois das eleições municipais. Claro que até agora esta é apenas uma leve suspeição, uma ilação de menor fundo de verdade de toda história que se expõe, mas dos políticos se espera tudo, apesar da estatal parecer isenta quanto a este assunto. O que se espera é que, eliminadas as suspeições de colorações partidárias, as figuras do PT que hoje mandam no Estado se somem às preocupações do prefeito Ivan Leite. Afinal, quando ele pensa em Estância está, indiretamente, pensando no Estado inteiro.

Fonte: Cinform

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