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‘Incentivei sim’, diz mãe de aluna envolvida em briga em porta de escola

16/9/2009

Monitora escolar se diz arrependida, mas acha que ação não foi errada.
Segundo o Conselho Tutelar, ela pode perder a guarda da filha.

A mãe que incentivou a filha a brigar na saída da escola em Araçariguama, a 53 km de São Paulo, admitiu ter incentivado a filha a bater na outra aluna. Ela disse estar arrependida, mas contou que não pensa ter agido tão errado.

“Incentivei sim, e eu acho que eu estava errada nessa parte. Mas eu acho que qualquer mãe, qualquer pai, que visse a filha no chão, por baixo, ia agitar sim para sair de baixo. O que eu falava, falava mesmo. ‘Bate também, dá pesada’, porque se apanhar aqui vai apanhar em casa. Eu não criei filha para apanhar na rua”, disse a monitora escolar Meire Aparecida Fernandes.

 

Meire é funcionária da prefeitura da cidade, e trabalha como monitora nos ônibus que transportam os alunos. As imagens da briga, ocorrida fora do estabelecimento de ensino, foram gravadas por um aluno com um celular.

Nas cenas, ela encoraja a filha a bater em uma colega e não permite que pessoas interrompam. “Não entra ninguém. Não vai entrar ninguém. É minha filha. Ela vai resolver”, diz a mulher.

A mãe da outra aluna não concorda com a atitude. “Você é mãe como eu sou. Pegasse a sua filha, colocasse dentro do carro e levasse embora. Passasse na minha casa. ‘Olha, elas estavam brigando. Eu trouxe a minha filha, dá um jeito na sua’. Porque eu teria feito isso”, contou a aposentada Sueli Silvestrin dos Reis.

Investigação

O Conselho Tutelar quer que o Ministério Público investigue o caso. “Nós esperamos que o adolescente aprenda a ter limites, a amar o seu próximo, a ter um bom comportamento, a estudar. De forma nenhuma aprenda a bater. Como será a educação dessa adolescente, que ela está tendo na casa dela?”, disse o conselheiro tutelar Marcos Silva.

Segundo ele, a atitude da mãe contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "O poder pátrio dá direito a educar, a pôr a salvo, a separar de más condutas, a tirar de situações de risco. Esse direito, quando infringido, é questionado."

O conselheiro disse que a briga foi motivada por ciúmes. As duas garotas de 15 anos disputavam um rapaz de 23 anos. Silva diz que a menina que foi agredida estava saindo com o jovem, que havia terminado com a outra. Marcos da Silva diz que ainda é preciso colher algumas informações sobre o caso. Mas a mãe pode mesmo perder a guarda e a menina ser encaminhada a um abrigo.

Do G1, com informações do Bom Dia São Paulo

 


SP: mãe incentiva a filha a brigar na porta da escola

Em uma briga entre alunas na porta de uma escola, a mãe de uma das meninas grita para a filha: "mete o pé que nem eu te ensinei. Mete um soco na cara".

Educação ou deseducação? A violência não está mais apenas na rua, não está mais apenas no trânsito. Está na escola e é ensinada dentro de casa. Um flagrante desse mau exemplo foi feito no interior de São Paulo.

As imagens são estarrecedoras. São quase uma caricatura de tão exageradas. O repórter Leandro Rossito foi até Araçariguama, uma pequena e tranquila cidade no interior de São Paulo, para investigar uma briga entre alunas na porta de uma escola. As respostas que ele ouviu nos fazem parar para pensar.

A briga foi na saída do colégio, e um aluno gravou tudo pelo celular. A mãe de uma das estudantes incita a filha: "vai, mete o pé que nem eu te ensinei. Mete um soco na cara. Seu pai está no carro."



A violência é estimulada por uma mulher que tem obrigação de evitá-la, não apenas por dever de mãe, mas também por profissão. Ela trabalha como monitora escolar.

Depois da confusão, mas calma, Meire Aparecida Fernandes disse estar arrependida e tenta se justificar. “Acho que qualquer mãe ou qualquer pai que visse a filha no chão, por baixo, ia gritar sim para sair debaixo. Eu falava mesmo, porque, se apanhar aqui, ela vai apanhar em casa, porque eu não criei filha para estar apanhando na rua", diz a monitora escolar Meire Aparecida Fernandes.

O Conselho Tutelar levou o caso ao Ministério Público. "Fica uma dúvida: como será a educação que essa adolescente está tendo na casa dela?", questiona o conselheiro tutelar Marcos Silva.

A mãe da aluna que foi agredida, a aposentada Sueli Silvestrin dos Reis, esperava outra atitude da monitora. “Como nós estamos educando nossos filhos, se nós em casa estamos incentivando a violência, se nós estamos ensinando em casa a violência? Se nós estamos ensinando a bater? Acho que isso não é educação", afirma.

O Ministério Público de São Paulo vai investigar a briga. O prefeito de Araçariguama anunciou que vai demitir essa funcionária que incentivou a briga entre a filha e outra aluna.

Fonte: Bom Dia Brasil

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