Correios oferecem reajuste de 9% e funcionários votam nesta quinta
16/9/2009
Os Correios apresentaram nesta quarta-feira uma nova proposta para os representantes dos funcionários, que entraram em greve hoje. Segundo o coordenador do comando de greve da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios), Emerson Vasconcelos da Silva, a proposta, que vale para dois anos, inclui um reajuste salarial de 9%, retroativo a agosto.
Além disso, a oferta inclui aumento linear de R$ 100, e elevações neste ano e em 2010 no vale-refeição e no vale-cesta. Também haverá aumento, de acordo com Silva, no reembolso-creche e no auxílio-dependente.
Segundo ele, a proposta será discutida pelo comando de greve nesta noite, e será encaminhada aos sindicatos para que seja votada pelos funcionários na quinta-feira.
Para o diretor da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) Pedro Magalhães, a reunião foi boa e a proposta deve ser aprovada pelos trabalhadores. "A aceitação à proposta foi boa e nós acreditamos que ela será aprovada", disse.
A pauta da Fentect reivindica, entre outros itens, aumento salarial de 41% (que seria para recompor perdas salariais históricas), aumento linear de R$ 300 em todos os holerites, redução da jornada de trabalho sem redução de salário e contratação de mais servidores via concurso.
Segundo estudo da ECT, porém, se as reivindicações dos trabalhadores em greve fossem atendidas, o custo para a empresa seria de cerca de R$ 54 bilhões por ano, valor quase cinco vezes maior que a receita anual da estatal.
Paralisação
De acordo com os Correios, 28 dos 35 sindicatos aderiram ao movimento, mas apenas 8% dos empregados em todo o Brasil --cerca de 8.700 dos 109 mil funcionários da companhia-- paralisaram as atividades.
Já a Fentect afirmou que 33 sindicatos aderiram ao movimento, restando Uberaba (MG) e o Estado de Roraima decidirem se participam da greve. A estimativa de Silva, um dos coordenadores do comando de negociação, era de que cerca de 70% dos trabalhadores estivessem em greve.
Se a proposta for aprovada pelos funcionários nas assembleias desta quinta, os trabalhadores voltam ao serviço à meia-noite de sexta-feira. Caso ela seja rejeitada, a greve continua e haverá uma nova rodada de negociações.