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Provas e concursos: na hora H o que acontece?

24/9/2009

Durante a primeira fase de um vestibular para Arquitetura, uma aluna teve um branco. Tensa e com muita dor de cabeça, ficou um tempão tentando solucionar o teste de português, sem sucesso. "Fiquei completamente apavorada", lembra.

A seguir, ela passou para a avaliação de Física. Nessa disciplina ela era craque: acumulou médias 8 e 9 durante o colégio. Mas, só de ler as questões, o pânico acabou por dominá-la. Não conseguia nem sequer começar a raciocinar, embora tivesse resolvido problemas semelhantes àqueles tantas vezes. "Em Física, pode-se chegar às respostas sem decorar as fórmulas, partindo dos conceitos básicos", diz. "Eu, no entanto, não conseguia me lembrar de conceito nenhum”. Termologia, ótica, mecânica - diversos conteúdos, aprendidos e repassados durante os três anos anteriores - haviam simplesmente sumido da memória, como um arquivo apagado por engano.

É, se você vai fazer alguma prova, preparou-se bem ou mais ou menos, certamente vai passar algum dia pelas tensões dos dias de concursos. De antemão, sem a intenção de dramatizar, o branco em situações de provas é comum. E qual a causa do problema? Certamente você culpou a ansiedade. No entanto, "todo mundo precisa de um pouco de ansiedade, até mesmo para se dar bem numa prova", afirma a psicóloga Mariângela Savóia.

A ação de substâncias como a adrenalina e o cortisol, produzidas em momentos críticos, provoca modificações no andamento normal do organismo. Elas incluem paralisia da digestão e dilatação das pupilas para melhorar a visão e fazer você enxergar melhor aquilo que o desafia. O corpo age assim para ajudá-lo a aumentar a concentração.

Perceba que nós em desafios precisamos da atenção, a fim de obtermos êxito. Convenhamos isso é tudo de que você precisa na hora do exame. Portanto, não é o estresse em si que causa o branco. É a produção descontrolada de adrenalina, que ocorre quando o estresse fica fora de controle. Há um desequilíbrio na delicada química de transmissão de informações na sua poderosa memória.

Características das reações do organismo, situações de medo...

• Dores de cabeça;
• Cansaço e esquecimento;
• Tristeza e angústia;
• Batimentos cardíacos acelerados e aflição;
• Mau humor e choro sem motivo;
• Medo e pânico;
• Fuga das aulas de revisão;
• Insônia;
• Músculos doloridos ou mãos frias e úmidas.
• Alterações no apetite e descontrole da alimentação.

Parar uma reação orgânica diante de uma situação de perigo é impossível, embora possamos minimizar um descontrole que prejudique o desempenho. "Na véspera de uma prova deve-se dormir e se alimentar bem, para garantir que o cérebro esteja descansado e apto para o esforço", diz Ivan Okamoto, pesquisador de neurologia comportamental da Universidade Federal de São Paulo. “Bem, não sabemos se tudo isso vai garantir que não dê um esquecimento. Mas pelo menos você agora sabendo o roteiro de uma reação nervosa possa tentar relativizá-la.

Pensar gasta energia - e não é pouca. Embora possua apenas entre 1% e 2% da massa do corpo, o cérebro consome cerca de 20% de toda a glicose do organismo. Ele não é capaz de acumular combustível. Daí a importância de consumir alimentos que contenham glicose de rápida digestão, como bombons pequenos.

Nas vésperas dos dias de provas é fundamental dormir. É durante o sono que acontece a reposição do estoque de neurotransmissores, as substâncias responsáveis pela comunicação entre os neurônios. Então você já sabe: cedo para a cama na véspera da prova.

Mantenha-se longe das pessoas que só comentam sobre as provas ou são depressivas. Se tiver família exigente, complicada, não há muito que fazer. De preferência, fique só. Esconda-se no seu quarto. Nada de festas ou comidas extravagantes. Alimente-se com comidas simples. Fique concentrado!

Outra coisa: o sorriso é um bom relaxante. O riso contribui para baixar os níveis de cortisol e adrenalina, hormônios que provocam aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial. "Quando agem no organismo por períodos prolongados, essas substâncias podem causar hipertensão e problemas no coração", explica Luiz Eugênio Mello, professor de Neurofisiologia da Universidade Federal de São Paulo.

Claro, se você preparou-se bem é esperar para brilhar. Acredite em você e tente relaxar.

Fonte: pe360 graus


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