O engenheiro e ex-governador de Sergipe, João Alves Filho, esteve presente na noite desta segunda-feira, 11, a um debate sobre a transposição do Rio São Francisco em Brasília no IV Encontro de Lideranças do Confea (Conselho Nacional de Arquitetura e Agronomia). O político discutiu sobre o assunto com o consultor do Projeto da Integração do São Francisco junto ao Ministério da Integração Nacional, Jácome Sarmento. Este é mais um passo da autoridade sergipana contra a proposta de transposição das águas do rio de integração nacional.
Logo ao início da palestra, João Alves fez uma crítica contundente ao termo Nordeste Setentrional, que, segundo ele, divide a região que sempre foi unida. "Os defensores da transposição falam ainda que a gente não quer doar uma cuia d'água para os irmãos que sofrem com a seca. Isso não é verdade. Eles querem transpor água de um rio que está morrendo", advertiu o engenheiro. A unidade regional é, segundo ele, uma das armas em prol da defesa dos recursos hídricos do Nordeste.
De acordo com João Alves, o rio morre pela foz e o São Francisco já está sem forças, de maneira que a água do mar invade e é possível pescar peixes de água salgada 145 km rio adentro. "A salinização é a primeira etapa, depois teremos a seca do rio que vai atingir o abastecimento de 60% dos habitantes de Aracaju", informou, acrescentando que já viu vários rios morrerem por causa de transposições, por isso essa tem sido a última opção em vários países do mundo, que preferem utilizar outros recursos como o equacionamento hídrico, que vem sido feito na Índia e China.
CORREIO DE SERGIPE