Estudos comprovam: terapias alternativas reduzem a dor
1/10/2009
Dança e música, por exemplo, são aliadas importantes no tratamento da dor. O sofrimento diminui por causa de mudanças no corpo e na mente dos pacientes.
Sensação de dor é sempre desagradável. Todo mundo sabe e sabe também que deve procurar um médico quando a dor incomoda demais. Procurar ajuda é fundamental, mas tem uma novidade nessa história. Uma série de terapias pode ajudar no combate a dor.
A medicina está descobrindo que nem só com remédio se cura a dor. Música e dança têm se revelado grandes aliadas nos tratamentos. E médicos de todo o país estão reunidos em São Paulo para discutir como aliviar essa que é uma das principais queixas dos pacientes.
Até alguns anos, Daniela Leonardi Libânio sofria com uma hérnia de disco. Ela foi a vários médicos, tomou remédios, mas só se curou dançando.
“Na época, o médico disse que nunca tinha visto isso desaparecer, mas eu tenho várias radiografias que comprovam. Nunca mais, eu tive dor nas costas”, conta a jovem.
Daniela foi aluna de mestrado de Marília de Andrade, bailarina desde criança e psicóloga. No consultório, a dança é um remédio prescrito aos pacientes e que também serve para espantar as próprias crises de enxaqueca.
“Essa integração eu vejo que é benéfica para a saúde e para as dores. Ela pode integrar a mente e o corpo através de uma atividade prazerosa e que exige muita consciência corporal e muito aprendizado”, afirma a psicóloga.
A medicina tem encontrado na dança, na música e em algumas terapias menos convencionais aliadas importantes no tratamento da dor. Os estudos mostram que o sofrimento diminui por causa de mudanças não só no corpo, mas também na mente dos pacientes.
A dor é um estímulo elétrico que percorre o corpo em direção à medula, parte do Sistema Nervoso Central. Ela funciona como um filtro: se o estímulo for significativo, é enviado para o cérebro. Lá, o estímulo passa por alguns sistemas até chegar ao córtex, que é a superfície do cérebro. É nesse momento que a pessoa sente dor.
“Quando o estímulo doloroso chega até o córtex cerebral, ele passa pelo sistema límbico que tem a ver com as emoções. Quando você dá em contrapartida alguma coisa que gera prazer, melhora os mediadores químicos que dão prazer, evidentemente, isso colabora no alívio do fenômeno doloroso também”, afirma o médico e presidente do SIMBIDOR, Cláudio Fernandes Correia.
Ainda não existe cura para a dor, mal que leva 80% da população a procurar um médico. Por isso, aliviar o sofrimento é tão importante.
“Muita gente diz que com dor de cabeça não consegue pensar em mais nada. E isso acontece de fato, porque a sensação dolorosa é como se capturasse totalmente a vida da pessoa, e todo o resto fica completamente inativo”, ressalta a psicóloga Dirce Perissinotti.
A bailarina Daniela Leonardi Libânio hoje leva uma vida normal e nunca mais parou de dançar. “Dançando, não tenho dor”, afirma.
Segundo os médicos, as dores de cabeça e nas costas, ou região lombar, são as mais comuns. E quem sofre mais com essas dores são as mulheres.