Se houver acordo com universidades, prova pode ficar para início de dezembro

BRASÍLIA. O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciará a nova data do enem na quarta-feira, após reuniões com reitores das universidades federais e o ministro da Justiça, Tarso Genro. Além do conflito de datas no calendário de vestibulares, o governo precisa decidir o nível de intervenção na organização e na logística da prova.

Caso os reitores não possam ou não aceitem adiar vestibulares, o governo estuda decretar um feriado estudantil para aplicar o enem em dois dias úteis. Se conseguir obter dos dirigentes das universidades mais flexibilidade no prazo de entrega dos resultados, o ministério pode optar pelo primeiro fim de semana de dezembro.

Por enquanto, a meta é fazer o enem na segunda quinzena de novembro - permitiria a impressão e distribuição das novas provas, com os resultados sendo entregues dentro do cronograma original, em janeiro. O MEC já sabe que haverá cinco grandes vestibulares nos domingos de novembro. O novo enem, com quatro provas, é feito em dois dias.

No dia 8 de novembro, é o da Universidade Estadual Paulista (Unesp). No dia 15, estão marcadas as provas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual de Londrina (UEL). No dia 22, será o Fuvest (USP). E no dia 29, é a vez da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Hoje, Haddad discute a questão com o comitê de governança do enem, que reúne representantes regionais dos reitores e dos conselhos estaduais e municipais de secretários de Educação. O grupo acompanha o impacto do novo enem no currículo do ensino médio. Amanhã, a reunião será mais conclusiva. Haddad participará de reunião geral da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Tentará negociar datas e prazos diretamente com os reitores.

- Farei uma reunião com os reitores. Na quarta divulgaremos o calendário e as questões que vão receber atenção, como o procedimento da PF no processo e os parceiros que eventualmente se somarão ao esforço. Estamos apurando todo o calendário de vestibulares no Brasil e até concursos grandes, como o do IBGE. Precisamos compatibilizar as datas - disse Haddad.

Internamente, o MEC avalia como pequena a possibilidade de se adiar um dos grandes vestibulares, devido aos transtornos adicionais para os alunos, que já se queixam da suspensão do enem.

- As pessoas prejudicadas podem nos trazer as dificuldades que terão em função do adiamento. Existem processos administrativos, não há nenhum problema - disse Haddad, sobre as queixas dos inscritos.

Segundo ele, não apenas os alunos, mas também o governo e as universidades foram prejudicados. Enquanto o ministro se reúne com os reitores, hoje a diretoria do Inep retoma as discussões com os representantes do Connasel. A reunião, que durou toda a sexta-feira e a madrugada de sábado, foi interrompida para a coleta de informações adicionais cobradas pelo governo. A assessoria jurídica do MEC também foi acionada.

fonte: O Globo

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