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Presidente da União Europeia cobra medidas concretas do Brasil para redução do efeito estufa

5/10/2009

BRUXELAS, Bélgica - O presidente da União Europeia (UE), José Manuel Barroso, cobrou nesta sexta-feira uma posição mais firme do Brasil em relação a medidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas no mundo. Ele afirmou que espera ouvir do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na III Cúpula UE-Brasil, que acontecerá em Estocolmo, segunda e terça-feira que vem, que o governo brasileiro está disposto a se aliar aos europeus e apresentar uma meta ambiciosa de redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa na conferência mundial sobre o clima em Copenhague, na Dinamarca, em dezembro deste ano.

Durão Barroso lembrou a Eco92, realizada no Rio, e ressaltou que a Amazônia, em sua "esmagadora maioria", encontra-se na parte brasileira. Daí o peso do Brasil nesse debate, afirmou.

- O Brasil tem aí uma grande responsabilidade e o que pode fazer nesse domínio é muito importante para o resto do mundo. É nesse sentido de influência de responsabilidade que estamos trabalhando com o Brasil e outros parceiros globais. Mas nesse caso, por razões óbvias, há uma proximidade especial e até cultural entre o Brasil e a Europa - disse o presidente da UE.

A proposta dos europeus consiste em reduzir em 20% as emissões de gases de efeito estufa em relação a 1990, mas o bloco admite ir a 30%, caso as economias desenvolvidas façam um esforço comparável. Outro compromisso diz respeito à expansão para 20% do total da matriz energética o uso de fontes renováveis, além de obtenção de ganhos de 20% em matéria de eficiência no consumo de energia.

Ele afirmou que a União Europeia é a locomotiva do movimento global de luta contra as alterações climáticas. Reconheceu os esforços do Brasil, que anunciou um programa de luta contra o desmatamento, e destacou que a produção sustentável de biocombustíveis também é uma forma de enfrentar o problema.

- Conheço bem o envolvimento do presidente Lula e do Brasil nessa questão e, portanto, espero que o Brasil nos ajude a encontrar uma posição ambiciosa.

Durão Barroso, no entanto, disse estar preocupado com a possibilidade de não haver acordo em Copenhague, "porque as negociações estão indo muito devagar". Segundo ele, os Estados Unidos assumiram de darem sua posição nas próximas semanas, a China anunciou que pretende anunciar uma meta significativa e o Japão admitiu apresentar algo em torno de 25%. Contudo, Barroso teme que o programa elaborado pelos americanos não seja aprovado no Congresso daquele país.

- Isso significa que será talvez difícil que alguns países que estão entre os mais importantes em termos de emissão de gases de efeito estufa aceitem objetivos vinculativos.

Fonte: O Globo - Eliane Oliveira - enviada especial *

* A repórter viajou a convite da União Europeia.


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