A decisão de universidades estaduais e particulares de descartar o uso do enem em seus vestibulares está motivando os alunos a desistirem do exame. "Para mim não vai ter mais sentido [fazer o exame]", diz Renata Albuquerque, 17, aluna do colégio Vértice -primeiro colocado no ranking paulistano do enem.
Candidata ao curso de filosofia da USP, ela perdeu a única justificativa que tinha para fazer o exame, que não será mais usado pela Fuvest. O exame também deixou de ser usado pelo colégio dela como parte das notas do último bimestre.
Osmar Antônio Ferraz, coordenador de vestibular do Bandeirantes, segundo colocado no ranking paulistano do enem, acha que, sem o uso pelos grandes vestibulares, "será muito difícil convencer os alunos a prestarem [o enem]".
No colégio Arquidiocesano, a tendência é que os alunos que priorizam Fuvest e Unicamp voltem a sua atenção ao vestibular de cada uma delas.
Já o diretor do colégio Stockler, Agostinho Marques Filho, acha que, com menos alunos fazendo o exame, pode haver uma mudança na avaliação geral das escolas. O enem é o principal parâmetro para medir o desempenho do ensino médio do país.
Na contramão das desistências, o aluno do Vértice Gabriel Abreu, 17, priorizará o enem. Candidato à UFSCar, em que o enem conta 50% da nota, ele diz que fará o exame de todo jeito. "Quero ao menos ver como vou [me sair]", afirma.
DA REPORTAGEM LOCAL
Folha de São Paulo