Só 11 parlamentares retornam os e-mails enviados pelo BOM DIA; nenhum representante de São Paulo entra em contato
Os políticos, apesar de investirem cada vez mais em tecnologia, como sites e Twitter, por exemplo, ainda não usam essas ferramentas para melhorar a comunicação com o eleitor.
Durante os meses de agosto e setembro, o BOM DIA, sem se identificar como imprensa, enviou a todos os 81 senadores e-mails com perguntas sobre os projetos dos parlamentares ou assuntos referentes ao trabalho dos políticos. Cada senador recebeu um e-mail.
O objetivo do levantamento era avaliar como eles respondem as mensagens eletrônicas enviadas por seus eleitores. Apenas 11 responderam – 13,5%.
No dia 30 de setembro, o BOM DIA novamente entrou em contato com os senadores, se identificou e explicou o motivo dos e-mails. Apenas um retornou, mas não tirou as dúvidas (veja na página ao lado).
Cada senador teve no mínimo uma semana para responder as perguntas. As mensagens enviadas a Papaléo Paes (PSDB-AP) e Tião Viana (PT-AC) retornaram com um aviso de erro. Mauro Fecury (PMDB-MA) e Osvaldo Sobrinho (PTB-MT) não possuíam e-mails e sites cadastrados na página oficial do Senado na época do levantamento.
Almeida Lima (PMDB-SE), Flávio Torres (PDT-CE), Gilvam Borges (PMDB-AP) e Paulo Duque (PMDB-RJ) foram questionados sobre a inexistência de seus sites ou por esses estarem em manutenção, dificultando o acesso do eleitor à informação.
Logo depois do levantamento do BOM DIA, Osvaldo Sobrinho cadastrou e-mail e Flávio Torres e Gilvam Borges solucionaram os problemas com os sites.
Representantes de SP não respondem
Aloizio Mercadante (PT) foi questionado sobre seu relacionamento com a senadora Marina Silva e o posicionamento diante de temas ambientais.
Eduardo Suplicy (PT) foi indagado sobre a recepção da proposta da Renda Básica de Cidadania no Iraque, para onde viajou no ano passado.
Já para o senador Romeu Tuma (PTB), o BOM DIA perguntou sobre seu projeto para que bicicletas sejam fabricadas e comercializadas com os equipamentos de segurança e se não seria melhor investir em ciclovias.
Nenhum respondeu.
Verba indenizatória fica sem atualização
Nem todos os parlamentares atualizam seus gastos na página do Senado (www.senado.gov.br/sf/portaltransparencia). O levantamento foi feito até o dia 9 de outubro.
Os dados sobre a verba indenizatória de Alvaro Dias (PSDB-PR), por exemplo, não são atualizados desde março, quando o senador registrou despesas no valor de R$ 9.780,83.
Romero Jucá (PMDB-RR) não tem seus gastos registrados desde agosto, quando gastou R$ 11.230,86.
Aloizio Mercadante (PT-SP) havia gasto em setembro R$ 4.274,73. Suplicy (PT-SP) registrou, também em setembro, R$ 1.782,21 em despesas para manter seu gabinete e escritório político. Romeu Tuma (PTB-SP) anunciou R$ 6.818,70 em gastos em agosto, último mês atualizado.
Atualmente os senadores podem ser reembolsados em até R$ 15 mil por mês em gastos com locomoção, alimentação, hospedagem, combustível, aquisição de material, divulgação e contratação de consultorias e pesquisas.
O saldo da verba não utilizado acumula-se para o mês seguinte, dentro de cada semestre.
Fonte: Rede Bom Dia
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