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Sergipanos do Grupo Oxente levam teatro de Ariano Suassuna pelo país

13/10/2009

Depois da euforia da boa notícia recebida em agosto, agora, para o Grupo Oxente de Teatro é hora de arrumar as coisas. Ensaios, acertos nos figurinos e cenários. Produção e elenco estão correndo contra o tempo. Eles vão apresentar a partir deste mês de outubro o projeto “O Santo e a Porca” – Energia Nordestina para o Brasil Ver!, em seis capitais brasileiras. As primeiras apresentações acontecem em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, nos dias 17 e 18 desse mês. Depois, o grupo segue para Fortaleza/CE, Brasília/ DF, São Luis/MA, Manaus/AM e Belém/PA em temporada até o primeiro semestre de 2010, ficando em média cinco dias em cada cidade. Os espetáculos serão gratuitos. O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna tem direção de Lindolfo Amaral, coreografias e preparação cultural de Tetê Nahas e já foi visto por mais de 65 mil pessoas em 16 cidades brasileiras.

Este projeto foi selecionado pelo Programa BR de Cultura 2009/2010, da Petrobras Distribuidora, empresa ligada ao Sistema Petrobras. O Santo e A Porca foi um dos 43 espetáculos que, até dezembro de 2010, percorrerão 85 municípios localizados nos 27 estados do país. O resultado foi divulgado no dia 27/08, em solenidade na sede da Petrobras Distribuidora, no Rio de Janeiro. “ Para o grupo Oxente representou uma grande vitória, pois o edital foi bastante concorrido com grandes nomes das artes cênicas brasileira participando. Para Sergipe também foi bacana, pois o Estado ganha mais um representante em âmbito nacional para divulgar a cultura local”, afirmou Edmilson Suassuna, fundador do grupo e diretor de produção. Com o edital, os atores vão poder pagar as despesas de viagem e de ocupação nos teatros, possibilitando então, espetáculos gratuitos ao público.

Montado em 2002 através de um edital do Ministério da Cultura, “O Santo e a Porca”, além do texto farsesco, traz todas as características do Movimento Armorial, criado por Ariano Suassuna, aproximando-se da literatura de cordel e dos folguedos populares do nordeste, onde a simplicidade do trabalho permeia toda ação dramática. “É um espetáculo, leve, engraçado e bastante ágil, permeado por composições do quinteto armorial e com uma arte caprichada dos sergipanos”, é o que diz Yára Cunha, que interpreta a impagável Benona.

O espetáculo conta a história de Euricão Arábe , um velho avarento, devoto de Santo Antônio, que esconde em sua casa uma porca cheia de dinheiro. Daí o nome do espetáculo “ O Santo e a Porca”. Estava tudo bem na casa de Euricão, até o fazendeiro Eudoro aparecer e pedir a mão da filha de Euricão, Margarida em casamento, chamando-a de Tesouro. O avarento entende que o propósito do fazendeiro é roubar-lhe a porca e trata de escondê-la. Ele conta com a astúcia da empregada Caroba, que faz mil artimanhas com o fiel escudeiro Pinhão, e consegue que a irmã de Euricão, Benona se envolva com Eudoro e ajuda Margarida a se casar com Dodó, filho de Eudoro e ainda ganhar o tão sonhado terreno para construir a própria casa. “Caroba, podemos dizer, que é a versão feminina dos personagens astutos da literatura de Cordel, Pedro Malazartes, Cancão de Fogo, João Grilo, entre outros. Esperta, mas trapalhona, ela vai armando aqui e ali, tira vantagem de tudo e de todos e também ajuda a quem precisa”, conta Rose Ribeiro, intérprete de Caroba.

O grupo Oxente surgiu em 2001, com os atores Edmilson Suassuna, André Santana, Rose Ribeiro, Yara Cunha e Marcio Aislan. Eles foram convidados pela pedagoga Graça Melo para realizar os projetos “ Zé Piau em: Vou fazer um mundo lindo “ e Água Azul em : Dia de Peixamento”. O projeto patrocinado pela Codevasf percorreu 18 cidades as margens do Rio São Francisco para comemorar os 500 anos do Rio da Integração Nacional

“Depois disso, realizamos alguns projetos de encomenda para o Detran de Sergipe e também da Companhia prestadora de Energia do Estado. Vimos então a necessidade de montar um espetáculo e escolhemos “O Santo e a Porca”. Fomos contemplados pelo projeto Encena Brasil, em 2002, e estreamos em dezembro do mesmo ano” relembra André Santana, intérprete do Dodó.

A partir deste projeto, muitas atividades foram realizadas pelo Grupo Oxente ao longo destes 08 anos de forma ininterrupta. Em 2008, o Grupo Oxente sentiu a necessidade de ampliar o seu elenco de jovens profissionais e recebeu como novas integrantes as atrizes Anamaria Brasil e Rosana Costa. Em 2009, o ator e bailarino César Leite completou este quadro.

O sucesso do espetáculo fez com o grupo ficasse ainda mais unido, vencendo as dificuldades e apostaram em um novo espetáculo de Ariano Suassuna, “ O Casamento Suspeitoso”. “ O texto de Suassuna é nordestino, engraçado, e nos identificamos muito com o estilo, tanto é que sempre temos casa cheia”, afirmou Márcio Aislan.

E o grupo tem o aval do dramaturgo famoso para montar os textos. “ Eu e Ariano somos primos, ainda que distantes, acho que foi uma feliz coincidência e mais ainda quando ele em entrevistas para televisão reconhece nosso trabalho e nos incentiva a continuar trabalhando. Isso é muito gratificante”, explicou Edmilson Suassuna que acrescentou que esse reconhecimento aumenta a responsabilidade e o desejo de levar a arte do “ primo” aos quatro cantos do país. “A Petrobras Distribuidora vai nos ajudar nesse processo, é uma empresa que contribui com a formação cultural do país, acreditamos muito no sucesso dessa temporada”, concluiu Edmilson.

Fonte: Cinform


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