BRASÍLIA - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ayres Britto, não comentou nesta terça-feira o caso específico sobre a viagem do presidente Luis Inácio Lula da Silva e de sua candidata à Presidência, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), mas disse que é natural que pré-candidatos próximos de chefes do Executivo sejam beneficiados.
- Quem está mais próximo da lareira se aquece melhor - disse o ministro, completando: - Culturalmente, no Brasil, quem é candidato do Executivo leva vantagem na largada, porque se forma alvo de atenções gerais.
Ele também disse que a antecipação de campanha é comum em anos pré-eleitorais. Para o presidente do TSE, é uma 'tentação muito forte' para o político antecipar o processo eleitoral.
Ayres Brito recomendou que indícios de irregularidades sejam levados ao exame da Justiça Eleitoral, que só pode se manifestar sobre esses casos perante uma ação de partido político ou do ministério público.
- O papel da Justiça Eleitoral é de aguardar, porque a ela não se permite agir de ofício - afirmou.
Ainda de acordo com o presidente do TSE, já foram protocoladas cinco ações no tribunal contra a ministra Dilma motivos semelhantes: duas foram julgadas improcedentes, uma foi arquivada e duas aguardam julgamento. As ações julgadas foram negadas por falta de prova.
- O julgamento desfavorável às representações não sinaliza pré-disposição a falta de rigor, leniência ou frouxidão no exame dos casos. Evidencia inconsistência no preparo das representações. Não havia provas. Se houver peças bem elaboradas, a tendência é que a Justiça Eleitoral atue mais de acordo com as expectativas.
Fonte: O Globo - Carolina Brígido
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