O Governo de Sergipe iniciará ainda em 2009 um processo de reestruturação e modernização do Instituto de Identificação Carlos Gomes. O objetivo é melhorar a qualidade do atendimento, aumentar a segurança no trato da documentação e agilizar o tráfego de informações. Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, João Eloy de Menezes, já foi autorizada a contratação de uma empresa para a realização de obras para a recuperação da sede do Instituto.
“O primeiro passo será a reforma geral do prédio que abriga o Instituto de Identificação, na avenida Adélia Franco, em Aracaju. A intervenção está avaliada em R$ 115 mil e abrangerá a revisão geral do telhado, recuperação total do sistema hidráulico e elétrico, melhoria do revestimento e do reboco da edificação, além de recuperação da pintura interna e externa”, informa o secretário.
João Eloy explica que essas medidas visam melhorar as condições de trabalho dos profissionais que atuam no Instituto e, especialmente, do atendimento prestado às milhares das pessoas que procuram o setor a cada semana. “Emitimos a cada ano mais de 100 mil cédulas de identidade, sejam em primeira ou segunda vias, de pessoas residentes nos 75 municípios de Sergipe e até mesmo outros estados. Essa demanda cresceu 720% em 10 anos e tem exigido um avanço na nossa forma de trabalho e investimentos que serão inéditos em Sergipe”, explica.
Tecnologia
De acordo com João Eloy, a direção do Instituto de Identificação elaborou um projeto de mudança na forma de confecção, personalização e acabamento de carteiras de identidade civil, para implantação em meados de 2010. Ele explica que o objetivo é fazer a contratação de empresas de comprovada especialidade para prestação desses serviços, incluindo a digitalização dos acervos de fichas e impressões digitais que já existem e a modernização da produção de cédulas, integração dos sistemas de identificação e da base de dados da SSP.
A SSP já possui um projeto pronto, elaborado por técnicos do Instituto de Identificação, que passará ainda pela Emgetis e Procuradoria Geral do Estado (PGE), para que, junto ao Governo Federal, garanta verba suficiente para gerenciamento e suporte da digitalização de acervos, fornecimento de infra-estrutura de hardware e software necessária, apoio ao processo de identificação com desenvolvimento das rotinas do sistema e armazenamento das fichas de identificação criminal. O Ministério da Justiça possui recursos específicos para esses projetos, através de critérios definidos pelo Instituto Nacional de Identificação.
Para João Eloy, a tecnologia ajudará a acelerar a emissão de carteiras de identidade e oferecer mais segurança dos dados emitidos em Sergipe, seja na sede do Instituto de Identificação como nos postos avançados nos Centros de Atendimento ao Cidadão no shopping Riomar e na rodoviária José Rolemberg Leite, além dos mutirões feitos nos municípios em parceria com as prefeituras e através do Sergipe de Todos. Durante o evento, chegam a ser impressas e entregues gratuitamente a pessoas carentes de todas as idades mais de 400 cédulas do ‘registro geral’ por dia.
Investigações
Uma ação que integra essa modernização e que já está em andamento é o sistema Afis, que ajuda na identificação criminal de pessoas acusadas ou condenadas por delitos em todo o Brasil ou mesmo de cadáveres encontrados no estado. A ação já permitiu que suspeitos detidos durante investigações pela Polícia Civil de Sergipe fossem reconhecidos por crimes em outros estados, mesmo sem que ele tivesse qualquer documento consigo ou com uma cédula falsa. O rastreamento é feito pela coleta das digitais da pessoa, que são comparadas com bancos de dados unificados em todo o país a partir do sistema.
O programa foi adquirido pela SSP no primeiro semestre de 2009, num convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e Instituto Nacional de Identificação e vem ajudando o serviço dos técnicos em Sergipe. “Quando o delegado da Polícia Civil precisa identificar alguém que está sem documentação, ele solicita nosso apoio. Nós fazemos a coleta de informações e comparamos com a nossa base de dados informatizada para saber quem é aquela pessoa. Esse sistema já foi instalado em todo o país e é centralizado em Brasília”, destaca o papiloscopista Marcos Antônio Pereira de Andrade, diretor da Divisão Criminal do Instituto de Identificação.
Ainda segundo Marcos Antônio, o Afis é uma ferramenta muito importante para os papiloscopistas, pois garante uma maior qualidade e segurança no seu trabalho. “O sistema já é utilizado pela Polícia Federal e por diversos organismos policiais e agências de identificação do mundo, como Estados Unidos, México e Argentina. O mecanismo, entre diversas vantagens, é rápido, preciso e eficiente na identificação de uma pessoa através da impressão digital. O sistema possui a capacidade de, em poucos minutos, identificar uma pessoa por meio da digital num universo de milhões de dados”, resumiu.
Em inglês, o Afis é uma sigla que significa Automated Fingerprint Identification System, ou seja, é um sistema que captura impressões digitais e permite processá-las estabelecendo um relacionamento entre as impressões e pessoas que tenham sido previamente cadastradas.
Fonte: ASN
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