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Justiça bloqueia verba de Câmara

20/2/2009

Chico Freire

Uma ação pecuniária de 14 anos pode resultar na inviabilidade do funcionamento da Câmara Municipal de Lagarto. No início do mês, uma decisão da desembargadora Célia Pinheiro determinou o bloqueio de 50% do duodécimo do poder municipal até a quantia de R$ 540.335,61.

O bloqueio se deve a uma ação impetrada pela viúva do vereador Antonio Simões que, quando ocupou o cargo, chegou a ficar 14 meses afastado das suas funções e procurou a Justiça para receber os valores atrasados.

Segundo o presidente da Câmara, vereador Wilson Fraga de Almeida, o Xexéu (PSDB), o duodécimo chega a R$ 207,7 mil. Com o bloqueio da metade desse valor, sobrarão apenas R$ 103,8 mil. O problema é que a folha de pessoal chega a R$ 147. Ou seja, ainda faltarão R$ 43,2 mil. Como não posso privilegiar este ou aquele servidor, infelizmente não tenho como pagar o salário do mês de janeiro caso a Justiça mantenha o bloqueio, avisa o parlamentar.

Na última quarta-feira, Xexéu foi pessoalmente a Brasília junto com os advogados Adir Machado Bandeira e Marcelo Montalvão Machado protocolar no Supremo Tribunal Federal (STF), uma reclamação com pedido de liminar de suspensão do ato impugnado.

Na opinião dos advogados, além de instituir a figura de precatório dirigido ao poder Legislativo, que não tem personalidade jurídica, o Tribunal de Justiça, com a decisão contra a Câmara de Lagarto, determinou o seqüestro de verbas públicas fora da hipótese prevista da Carta Magna, contrariando, inclusive, decisão Plenária da Corte Suprema proferida na ADI nº 1662.

Outro agravante, segundo Xexéu, é que a viúva do vereador já recebeu de indenização da Câmara quase R$ 500 mil pela mesma ação.

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