Dois cursos de medicina foram incluídos no processo de supervisão do MEC (Ministério da Educação) e tiveram que cortar 110 vagas. Na Faculdades Integradas Aparício Carvalho (RO), o vestibular foi suspenso, e a Universidade Nove de Julho (SP) teve que reduzir 30 das 100 vagas anuais que oferecia. Apesar de não terem conceitos insatisfatórios nas avaliações do ministério, os cursos foram visitados por uma comissão de avaliação depois que a pasta recebeu denúncias sobre os problemas na oferta do ensino.
"A supervisão funciona a qualquer tempo. Qualquer curso ou instituição pode receber a visita se o ministério receber uma denúncia consistente", afirmou a Secretária de Ensino Superior, Maria Paula Dallari Bucci.
Segundo o MEC, a Universidade Nove de Julho estava recebendo alunos por meio de transferências além de sua capacidade, o que acabava inchando as turmas. Já na Faculdades Integradas Aparício Carvalho, a deficiência estava na parte prática do curso, pois faltam hospitais e pacientes suficientes na região para que os alunos possam cumprir as atividades estabelecidas pelas diretrizes curriculares do curso de medicina.
"Isso mostra que há mesmo um limite físico, não se pode abrir um curso de medicina em cidades saturadas", disse.
Por medida cautelar, o MEC já havia suspendido 580 vagas em sete cursos de medicina que tinham recebido o conceito insatisfatório em avaliações como o Enade (Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes). Essas instituições já foram visitadas e as vagas permanecem suspensas pelo menos até janeiro de 2010, quando vence o prazo para que as faculdade cumpram algumas medidas firmadas em acordo para melhorar a qualidade do ensino. Após esse período será feita uma nova visita pela comissão do MEC.
"Cortar vagas não é uma punição, mas uma medida de prevenção para a proteção dos alunos. Em geral, nas instituições em que há corte de vagas ou suspensão do vestibular, as condições melhoram porque elas param de admitir novos alunos e se focam na resolução do problema", explicou Maria Paula.
Os principais problemas verificados pelo ministério nas instituições que estão em supervisão são o corpo docente com baixa titulação, a inadequações do curso às diretrizes curriculares de medicina, falta de espaço para prática, além de laboratórios e equipamentos precários.
Amanda Cieglinski
Repórter
Edição: Aécio Amado
Fonte: Agência Brasil apud UOL
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