Funcionário da Gol vítima de racismo no aeroporto de Aracaju não comparece a depoimento
5/11/2009
O funcionário da empresa área Gol, Diego José Gonzaga, que acusa a médica Ana Flávia Pinto de racismo, não compareceu ao Centro de Atendimento a Grupos Vulneráveis, em Aracaju, nesta manhã. Gonzaga seria ouvido pela delegada Georlize Teles, responsável pela investigação da acusação. Ele alegou motivos de saúde da família.
Segundo a polícia, a avó da vítima, Josefa Maria da Silva, teve um início de derrame e foi encaminhada para o Hospital João Alves Filho, onde permanece internada. A data do depoimento será remarcada.
- Quero ouvir a versão dele sobre tudo o que aconteceu naquela madrugada. Fiquei sabendo do fato através da imprensa, mas preciso ouvir todos os lados - afirma a delegada.
Após ouvir o funcionário da Gol, a delegada pretende convocar a médica Ana Flávia Pinto para prestar depoimento.
Nesta manhã, a vereadora de Aracaju Rosângela Santana e os representantes do Movimento Negro estiveram no Centro de Atendimento a Grupos Vulneráveis para prestar apoio a Diego. Para a parlamentar, casos como esse 'são intoleráveis'.
- Se o ocorrido não tivesse sido filmado, com certeza seria mais um caso que passaria impune. Nós não podemos mais tolerar atitudes como estas. Graças à democratização da tecnologia é que podemos flagrar esses atos criminosos de racismo, que a sociedade se acostumou a enxergar como coisa natural - afirma.
Segundo José Pedro Neto, Coordenador de Políticas da Promoção de igualdade Social do Estado, o que surpreende neste caso é o grau de instrução da acusada.
- Ela não é uma pessoa leiga e isso é fato. Uma médica não é uma pessoa desinformada. Tenho recebido vários telefonemas de pessoas que se comoveram e se envolveram com este caso, dizendo inclusive que se sentiram agredidas também ao ver aquelas imagens - revela Pedro Neto.