"Precisamos ter reações duras. Preconceito é crime", diz Cezar Britto
5/11/2009
Presidente da OAB Nacional cobra ação repressora "muito forte" do Estado no episódio do aeroporto
O presidente da OAB Nacional, Cezar Britto, lamentou o episódio ocorrido no aeroporto de Aracaju envolvendo uma médica e um funcionário de uma empresa aérea, que foi chamado de "nego" e acusado de não ter dinheiro sequer para comprar feijão e se alimentar.
"Precisamos ter reações muito duras, quando alguém externa este preconceito, que é um crime. O crime de racismo. Casos como estes não podem se repetir. Tem que ter uma ação do Estado repressora muito forte", entende.
Ele lembrou que uma das primeiras comissões que criou, assim que chegou à presidência da Ordem Nacional, foi justamente de combate ao racismo - promoção da igualdade. "No Brasil ainda há uma separação muito clara das pessoas pela cor, pelo gênero, pela classe social. Basta olharmos as remunerações", disse.
Cezar Britto lembrou que há em Aracaju uma delegacia especializada para tratar do assunto. "É preciso dar um tratamento especial aqueles que não compreendem a igualdade. A dignidade da pessoa humana. Infelizmente, o delegado que primeiro teve notícia da matéria não compreendeu. Mas ainda pode ser corrigido com uma ação penal do Estado buscando a reparação por essa lesão grave", entende.