Governo do Estado vai reabrir Museu Histórico de Sergipe
11/11/2009
O Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), vai reabrir na próxima sexta-feira, 13, um dos mais importantes patrimônios históricos do Estado: o Museu Histórico de Sergipe (MHS). O MHS é a instituição museal mais antiga de Sergipe e fica em São Cristóvão, na praça São Francisco, nossa candidata a Patrimônio Histórico da Humanidade. A solenidade terá início às 16h e deverá contar contar com a presença do governador em exercício, Belivaldo Chagas, da secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, dentre outras autoridades locais, além de secretários de Estado da Cultura do Nordeste, que estarão em Sergipe para o Fórum dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura.
Após dois anos de restauração, o museu reabre suas portas com algumas novidades para os visitantes. O MHS disporá de um auditório, batizado com o nome da historiadora e museóloga Maria Thétis Nunes, sala de souvenires, sala de exposições temporárias, dentre outros. Todas as inovações estão previstas em um Plano Museográfico, feito pela primeira vez na história do museu, e que passará a diferenciá-lo como um espaço bem planejado e funcional, e não apenas como um local de exposição de peças antigas.
"Após o período de reforma, poderemos dar de presente a São Cristóvão e ao mundo esse importante patrimônio histórico e de preservação do passado artístico e cultural de Sergipe. Além disso, o museu tem agora um Plano Museográfico, fato inédito e que irá atender as propostas da nova museologia brasileira. É Sergipe acompanhando o que acontece de mais relevante em se tratando de cultura no país. Esse feito dignifica a nossa passagem pela Secretaria de Cultura", afirma a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino.
Ainda de acordo com Eloísa Galdino, reabrir e manter o devido funcionamento do Museu Histórico de Sergipe, que completa em março de 2010 seu cinquentenário, marca o início da volta do funcionamento dos museus e igrejas de São Cristóvão para visitação pública e manutenção de um positivo fluxo turístico. A partir de sexta-feira, não só o MHS, mas o Museu de Arte Sacra e as igrejas do município estarão abertos ao público durante os dois turnos do dia. “O Governo de Sergipe entende que São Cristóvão é um pólo com enorme potencial cultural e histórico, especialmente porque o município passa por um momento especial, com a praça São Francisco como candidata do título de Patrimônio Histórico da Humanidade”, ressalta.
Thiago Fragata, diretor do museu, explica que as obras foram concluídas em 90% de que no cinqüentenário, o local estará funcionando em sua plenitude. “Resolvemos reabrir o museu para visitação diante dos inúmeros pedidos da população e de turistas. As pessoas precisam contemplar esse belo local e suas obras de arte. Reforço que a recuperação do prédio está dependendo apenas de alguns ponto do Plano Museográfico e que, dependendo apenas da finalização do afresco da sala Horário Hora, ou seja, o serviço de pintura da parede”.
Acervo
Diverso em sua origem, a proposta do museu recorta contexto e temas da sociedade provincial e republicana, numa cronologia que perpassa a Mudança da Capital de São Cristóvão para Aracaju, em 1855, a falência do regime monarquista e implantação de nova ordem política de 1889. Prédio e acervo remontam o século XVIII e desafiam o tempo para satisfação e aprendizado do público visitante.
O acervo do MHS possui em torno de 4 mil peças, entre artes plásticas, mobiliário, numismática e medalhística, porcelana, documentos, armaria, entre tantas outras, que buscam divulgar e preservar o passado histórico, artístico e cultural de Sergipe. “A missão do Museu Histórico de Sergipe é salvaguardar a memória e identidade do povo sergipano representado nos bens móveis e imóveis que compõem seu acervo”, afirma Thiago Fragata.
História
O patrimônio histórico funcionou como Palácio da Província de Sergipe, na fase do Brasil Império. Com a mudança da Capital, de São Cristóvão para Aracaju, em 17 de março de 1855, o prédio foi desocupado e teve outras funções, como as de Hospital, Cadeia, Exatoria e Escola.
A ideia inicial surgiu de uma reunião no Clube Sergipano, em 1959, entre Lauro Barreto Fontes, José Calasans, o Governador Luis Garcia e seu secretário de Governo, Junot Silveira. Do encontro, Junot saiu incumbido de angariar doação e comprar objetos diversos para composição do inestimável acervo. Seu irmão Jenner Augusto, artista plástico, foi convidado para montar a exposição das peças.
Somente em 5 de março de 1960 o prédio é direcionado para abrigar o Museu Histórico de Sergipe, pelo então Governador do Estado Dr. Luis Garcia, através da Lei nº 988 de 21 de setembro de 1960 e integrado à Secretaria de Educação e Cultura pelo Artigo 44 da Lei 1.003 de 8 de novembro de 1950. Estando hoje, sob a tutela da Secretaria de Estado da Cultura.