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“Governo Déda não tem planejamento”

22/2/2009

O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), faz uma análise bastante positiva para seu grupo político quanto as suas previsões para o ano de 2009. O parlamentar chegou a afirmar que o maior aliado dos opositores à administração de Marcelo Déda (PT) é o próprio governo. Venâncio ainda lamenta que, segundo ele, Sergipe tenha parado no tempo, tendo em vista que a gestão petista não tem planejamento e, desta forma, não vai a lugar algum. “A prova maior de tamanha incompetência é o montante de dinheiro que este governo tem em caixa, mas não consegue transformar isso em realizações”.

Venâncio foi ainda mais longe e disse que “parece que Marcelo Déda deixou a advocacia e trilhou os rumos da economia. Sentado na cadeira de governador, ele parece ter esquecido de vários direitos do cidadão, mas sabe guardar dinheiro como ninguém. O governador do Partido dos Trabalhadores representa hoje uma grande decepção para aqueles que acreditavam na revolução que seria um governo do PT. Os sergipanos apostaram e confiaram em um projeto de mudanças em 2006, mas o que mudou?”, questiona.

O deputado enxerga que o governo de Marcelo Déda é fraco e, ao invés de trabalhar pelos sergipanos, limita-se a fiscalizar e perseguir todos aqueles que, de uma forma ou de outra, seguem o ex-governador João Alves Filho (DEM). “Nós já estamos no terceiro ano de mandato e eles (governistas) continuam falando no governo do ‘negão’. O problema é que eles não têm o que falar e precisam olhar para trás. Pena que não olham para aprender a tocar obras, a pensar em grandes projetos e colocar Sergipe em primeiro lugar”, colocou.

Venâncio também acredita que a oposição tem totais condições de retomar o governo em 2010. “Não vejo nada impossível aí. Primeiro porque este governo, até agora, ainda não disse a que veio e nós teremos inúmeras propostas para apresentar. Outro fator importante é a consolidação do nome de José Serra (PSDB) para a presidência da República, que é algo praticamente confirmado. Desta forma, acredito que estaremos mais fortalecidos, sem contar que até 2010 inúmeros prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e deputados estaduais podem vir a somar com o nosso grupo. Também poderemos receber apoios importantes de deputados federais e senadores. Acredito que até lá o quadro político será outro”, apostou.    

Ao justificar suas críticas ao governo, Venâncio se recorda de alguns pontos. “A Educação sofre com a falta de comando e virou uma grande pizza fatiada em vários interesses políticos. O governo não respeita o Sintese e obriga o sindicato a rezar na cartilha, sem contar que, de vez em quando, ainda aparece um Juquinha para azedar o caldo; a Saúde, então, virou um verdadeiro comitê eleitoral do secretário Rogério Carvalho. Falta de tudo nos hospitais e demais unidades de Saúde geridas pelo Estado. Sem contar que os indícios de irregularidades merecem a devida atenção dos Ministérios Públicos; a Ação Social abandonou os carentes com a deputada Ana Lúcia, que só atende a comunidade quilombola. Deixou os professores para distribuir cestas básicas; na Agricultura, meu Deus, a bagunça é total e a nossa citricultura vai dando os últimos suspiros; por fim, a Segurança Pública está abandonada. Estamos reféns dos marginais, o governo parece ter entregado os pontos e a Polícia Militar, coitada, totalmente desprestigiada”, avaliou.

Por fim, Venâncio lamenta o comportamento do governo com a Assembleia Legislativa. “Parece até que Marcelo Déda esqueceu que já foi deputado estadual. Tudo aquilo que ele combateu enquanto parlamentar, nos governos dos outros, ele repete de uma maneira piorada na sua gestão. Comigo em especial, reconheço que alguns projetos e requerimentos foram atendidos, mas como líder de uma bancada, tenho que cobrar para que os meus amigos da oposição também recebam o mesmo tratamento. Com a sua maioria, o governo passa por cima como um trator, aprovando e vetando o que quer. Mas nossa bancada já aumentou (seis deputados agora) com a chegada de Goretti Reis (DEM) e acredito que, muito em breve, outros parlamentares já desacreditados com este governo venham somar com a gente. Se brincar, a gente passa a ter maioria na Casa”, ironiza.

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